terça-feira, 31 de dezembro de 2013

ESTRESSE - FONTE DE CURA


O estresse nos coloca de frente com um imenso paradoxo, uma espécie de o médico e o monstro, que tanto pode curar como matar. Todos estão familiarizados com as consequências físicas e mentais negativas desencadeadas pelo medo, raiva, pressão de prazos, danos corporais ou reações alérgicas. As pessoas que não conseguem se adaptar a esse estresse podem adoecer e até morrer.


Na realidade, muitos médicos, inclusive eu, acreditam que o mau estresse, de uma forma ou de outra, reside no âmago de muitos de nossos problemas de saúde; assim como pode apresentar-se como importante aliado no combate de diversas moléstias.


Em suas manifestações positivas, o estresse propicia uma fonte ilimitada de força interior, o desafio, é minimizar os danos à saúde causados pelo estresse negativo e, ao mesmo tempo liberar a energia benéfica, produtiva, do estresse positivo.


A cura pelo estresse parece ser a forma mais eficiente para esse desafio. Não há como eliminar todo o mal estresse, porque isso é impossível. A ameaça à saúde reside não no estresse em si, mas no modo como você reage a ele. Então, sua meta deve ser, paradoxalmente: aceitar o mal estresse como inevitável e, mesmo assim, desenvolver resistência física e mental que lhe permita reagir positivamente e até mesmo fazê-lo agir a seu favor.


Ações e pressões externas podem causar inúmeros estresses em nível molecular no organismo. Quanto mais pudermos alcançar um equilíbrio saudável com essas forças, menor será o risco de doenças. A aptidão física, além de alguns mecanismos espirituais e psicológicos para lidar com situações difíceis, reduz o estresse fisiológico e o risco de contrair doenças.


Grande parte de nossas reações ao estresse de forma prejudicial à saúde advém do fato de tentarmos controlar o que está fora de nosso controle. Quando se é lançado em situações extremas, de grande pressão e com consequências perigosas, é difícil permanecer calmo. A maioria de todos os problemas vem da incapacidade de administrar com êxito os relacionamentos estressantes.


Para viver bem e muito tempo, com o máximo de paz interior, você deve viver cada momento; renunciar algumas metas, a fim de alcançá-las no futuro; acreditar em seus potenciais e aprender a controlar os conflitos.


É impossível alcançar a harmonia em qualquer situação, sem a presença do conflito. Você tem a obrigação de buscar o conflito controlado e especialmente uma boa solução, isso significa liberdade para discordar, argumentar e confrontar, e, no entanto fazê-lo de tal forma que as palavras e ações não se transformem em armas de destruição. O conflito controlado é o tempero da vida, o estresse não pode e não deve ser evitado, mas pode e deve ser controlado.


A pesquisa médica continua acumulando evidências de que os exercícios físicos regulares ajudam na redução do estresse. Em estudo da Universidade de Utah e da Universidade John Hopkins, casais que aprenderam e aplicaram algumas regras de discussão equilibrada, descobriram que a pressão arterial declinou em maridos hipertensos e o estado emocional de esposas nervosas, também se estabilizou.


Pessoas que não nutrem seus momentos individuais importantes em geral se tornam vítimas de estafa, depressão, aridez espiritual; refletindo consequentemente em seus problemas médicos específicos, como hipertensão, doenças cardíacas, diabetes. Ë provável que essas pessoas morram bem antes do tempo, bem antes que seu potencial genético permitiria que vivessem.

A MEDICINA DO EXERCÍCIO ACONSELHA:
Controle seu estresse e inicie um programa de Atividade Física.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

MEDICAMENTOS PARA EMAGRECER


Muito se tem discutido a respeito das drogas utilizadas no tratamento da obesidade. Alguns especialistas são contra o uso de certas drogas, bem como, alertam para o abuso que muitos indivíduos, ou mesmo profissionais não especialistas, continuam prescrevendo sem responsabilidade.

É comum que uma pessoa que deseja emagrecer, procure a farmácia em busca de uma solução rápida, como se tomar determinado “remédio” fosse o necessário para alcançar o seu peso ideal, achando que, se deu certo com um “colega” terá bons resultados também consigo.

Porém por trás dessa ilusória e rápida perda de peso, se escondem efeitos colaterais e insucesso. Hoje, entre os especialistas, e várias pesquisas mostram isso, que somente o uso de drogas para emagrecer não é suficiente para uma perda de peso permanente, saudável e eficiente.

A obesidade é multifatorial, e num plano de perda de peso devem estar envolvidos: mudança de hábitos alimentares, atividades físicas regulares e modificações no comportamento.

Por outro lado, já está bem estabelecido que em indivíduos muito obesos, com complicações de saúde, há uma forte indicação para o uso de drogas para perda de peso.

Somente médicos, podem prescrever alguma droga para um paciente obeso, fundamentando a sua escolha em rígidos critérios clínicos para a definição correta de qual medicamento usar, bem como qual paciente deve ou não se beneficiar desse tipo de tratamento, baseando sua decisão em evidências científicas comprovadamente seguras.

O Royal College of Physicians da Inglaterra recomenda que medicamentos para emagrecer sejam utilizados somente por adultos com Índice de Massa Corpórea (IMC) acima de 30, após criteriosa avaliação médica e que tenha falhado na perda de 10% de seu peso através das medidas básicas de reeducação alimentar.

Ou seja, o primeiro passo para o efetivo emagrecimento é o trio que compreende uma combinação de dieta exercício e mudança de comportamento.

O Consenso Latino-americano em Obesidade preconiza que o tratamento medicamentoso pode ser aplicado quando: presença de risco para o paciente (Dislipidemias, Diabetes, Hipertensão Arterial, Transtornos articulares e da coluna) e quando o tratamento convencional (reeducação alimentar + dieta) não obteve êxito.

Mantém ainda como premissas: a medicação não deve ser o único meio de tratamento, deve estar focada para o tratamento geral do paciente e não exclusivamente para a redução do peso, e sempre deve ser prescrita e acompanhada por um médico especialista.

Os fármacos para o combate a obesidade se dividem basicamente em 03 grupos principais, de acordo com seu mecanismo de ação, atuando:

  • Sobre o sistema nervoso central modificando o apetite ou a conduta alimentar;
  • Sobre o metabolismo, incrementando a termogênese;
  • Sobre o sistema gastrointestinal, diminuindo a absorção de gorduras.
Diversos efeitos colaterais podem surgir no decorrer do tratamento, tais como: insônia ou sonolência, boca seca e amarga, suor excessivo, palpitações, gastrite, constipação intestinal ou diarréia, hipertensão arterial, diminuição do desejo sexual, ansiedade, dor de cabeça, interferência na absorção de determinadas vitaminas e oligoelementos.

Além dessas drogas, outras substâncias são usadas, como ansiolíticos, diuréticos, fibras, fitoterápicos, fórmulas manipuladas, fórmulas naturais, hormônio do crescimento e hormônios tireoidianos. Outras duas substâncias vêm sendo estudadas, e pesquisas têm sido feitas em humanos para testar e comprovar sua real efetividade são elas a Leptina e a Colecistocinina.

A MEDICINA DO EXERCÍCIO ADVERTE: Obesidade é doença, mas tem cura.
Dr. Bruno Noronha (Medicina do Esporte e Fisiologia do Exercício)
           


quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

SUPLEMENTAÇÃO EM PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA


Os suplementos alimentares podem suprir necessidades nutricionais e melhorar o rendimento das atividades físicas. Eles são produzidos a partir dos próprios alimentos e seu consumo no país envolve principalmente a faixa etária dos 18 aos 35 anos.

É importante não confundir o suplemento alimentar, seja ele proteico ou vitamínico e mineral, com o anabolizante, que deve ser utilizado para prevenir e tratar problemas ligados ao hormônio sexual masculino ou do crescimento.

De acordo com pesquisa recente da Universidade Federal de São Paulo, 65% dos jovens que frequentam academias recorrem aos suplementos alimentares. Mas sua utilização não se restringe a esse grupo.

Esses suplementos são, geralmente, compostos orgânicos e, dependendo da dose ministrada, podem ter ação farmacológica.

É algo que vai além da cota diária necessária e dependendo dos níveis de ingestão, os suplementos podem servir como remédio natural no combate a problemas comuns do organismo, como falta de produtividade, sonolência e osteoporose.

No entanto, a recomendação de um especialista é fundamental.

Ninguém deveria fazer uso de um suplemento sem que um profissional da saúde fosse consultado. O médico, inclusive, caso sejam necessárias exames específicos e doses farmacológicas, é quem irá prescrevê-las.

As substâncias presentes nos suplementos são bioativas e, por isso, causam algum impacto no organismo do indivíduo.

Desta forma, apesar de ajudar a complementar a dieta diária de uma pessoa saudável, o consumo do produto não deve substituir refeições e nem servir como dieta exclusiva.

O impacto, que a indústria normalmente vende como benéfico, a depender da avaliação do indivíduo, do seu tipo metabólico, da fase do ciclo da vida em que ele está, pode fazer com que a suplementação não seja indicada.

Essa contraindicação está ligada à possibilidade desse indivíduo desenvolver alguma doença ou desregulação do sistema metabólico.

Algumas pessoas costumam confundir suplementos e anabolizantes. Uma diferença essencial: Os anabolizantes são, em geral, derivados de testosterona, que podem ter análogos sintéticos do hormônio, então são substâncias de natureza completamente distintas.

Vale lembrar que a pessoa que faz uso indiscriminado de anabolizantes, sem o foco no tratamento de doenças, está sujeita a desenvolver hipertensão, acne e problemas cardíacos, entre outros.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

MITOS E VERDADES SOBRE A SAÚDE DA PRÓSTATA - PREVENÇÃO ACIMA DE TUDO


Andar de bicicleta prejudica a próstata?

O hábito de pedalar por várias horas, sem intervalos, pode comprimir os vasos sangüíneos e os nervos envolvidos com a irrigação e a inervação do pênis. Essa compressão, no entanto, não está relacionada com o câncer de próstata, mas pode ocasionar problemas de ereção. Vale lembrar que o uso de selins mais anatômicos e o estabelecimento de pausas entre grandes pedaladas resolvem facilmente a questão. O hábito de pedalar pode provocar sim uma elevação do PSA, o que não significa que haja um problema da próstata, mas somente uma alteração do exame, decorrente da atividade física.



E usar calças justas?


Não existe nenhuma correlação entre doenças da próstata e o uso de calças justas. Dependendo do modelo da peça, o máximo que isso pode provocar é desconforto.



Existe relação entre a testosterona e o câncer de próstata?


Da mesma forma que o estrógeno - o hormônio sexual responsável pelas características femininas - geralmente está por trás do câncer de mama, a testosterona, que confere ao homem as características masculinas, também tem relação com o crescimento de um tumor de próstata. Não há evidências de que o uso de Testosterona como reposição hormonal desencadeie o desenvolvimento de um tumor na próstata. No entanto, se o tumor já existir, haverá aumento da sua presença no organismo. Daí o uso indiscriminado de anabolizantes, que nada mais são do que testosterona sintética, pode ser prejudicial à saúde da glândula.



Por que a dosagem de PSA não substitui o exame de toque retal?


Embora o nível de PSA no sangue aumente quando ocorrem alterações malignas nas células da próstata, a realização isolada desse exame pode deixar passar até 15% dos tumores na glândula. Acontece que muitos casos podem surgir inicialmente como um nódulo, como um endurecimento ou, ainda, como uma assimetria na próstata, formações que o exame de toque retal identifica com facilidade.



O aumento da próstata é sinônimo de câncer?


Não. Muitas vezes, é possível que o aumento da glândula seja decorrente de um tumor benigno, conhecido como hiperplasia benigna da próstata. Contudo, os homens que possuem esse transtorno também estão sujeitos às alterações celulares que dão origem ao tumor maligno da próstata. Ou seja, as duas condições podem até coexistir, mas a hiperplasia não se transforma em câncer.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

AYURVEDA – MEDICINA TRADICIONAL INDIANA


Para quem quer saber um pouco mais sobre esta técnica:

A ciência Ayurveda começou há cerca de 6 mil anos, na Índia. Em linguagem sânscrita, Ayurveda (ou Ayurvédica), traduzindo literalmente, Veda significa “o conhecimento”, o saber; Ayur (ou Ayu) “vida”, indicando assim “o conhecimento da vida humana”.

A massagem Ayurvédica é uma técnica de massagem holística que favorece a integração, o equilíbrio e o intercâmbio dinâmico entre a mente e o corpo.
Uma boa massagem pode ajudar em nível físico funcional: 

  • pele ficar com um lustro formoso;
  • tonificar e relaxar os tecidos musculares subcutâneos, nutrindo assim a pele e formando curvas harmônicas no corpo;
  • aumentar a temperatura corporal, facilitando a circulação;
  • incrementar o fluxo de oxigênio e eliminação de toxinas do corpo;
  • incrementar a resistência corporal ao elevar o sistema imunológico;
  • abrir os canis do corpo, possibilitando um fluxo sem obstáculos da energia vital;
  • dar ao corpo uma sensação de leveza, agilidade e energia;
  • flexibilizar a coluna, melhorando a comunicação nervosa aos órgãos e demais partes do corpo;
  • aumentar o vigor e vitalidade sexual;
  • ativar a concentração e a vivacidade mental;
  • rejuvenescer e preservar as propriedades da juventude.
Em nível mental:
  • afirmar a auto-estima, criar confiança, abertura mental, segurança e concentração;
  • libertar emoções bloqueadas;
  • produzir relaxamento, produzir pensamentos positivos e consciência de todo o corpo.

É um método de tratamento corporal de deslizamentos e alongamentos, auxiliado por óleos vegetais e essências que estimula os músculos e a circulação, libertando as toxinas presas aos músculos e tecidos.

Através de toques profundos com mãos, cotovelos e pés, a massagem Ayurvédica propicia um re-alinhamento postural, alívio de tensões (por vezes crônicas) no corpo físico, fortalece o sistema imunológico, tem efeitos anti-stress e anti-depressivos.

Proporciona uma maior flexibilidade do corpo e mobilidade nas articulações, possibilitando o circuito livre da energia vital.
É indicado ainda para caso de dores musculares, enxaquecas, dores reumáticas, problemas de coluna, má postura, fortalecimento do sistema imunológico, stress, depressões, etc.

Normalmente as pessoas que recebem sessões de massagem Ayurvédica, experimentam uma grande sensação de bem-estar, relaxamento, tranqüilidade, sono profundo e um novo ânimo. 



A MEDICINA DO EXERCÍCIO ACONSELHA:
Faça do seu alimento o seu remédio.
                

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

HORMÔNIO DO CRESCIMENTO


O Hormônio do Crescimento (GH) é produzido pela glândula hipófise e apresenta diversas funções na formação e manutenção celular, consequentemente tem íntima relação com bem-estar e qualidade de vida. Existem formas sintéticas desta substância no mercado, entretanto apresentem alguns efeitos colaterais.
As formas naturais de produção de GH podem ser desde o exercício físico regular, o padrão alimentar mais saudável, além do uso de aminoácidos, vitaminas e pró-hormônios.

O GH tem um efeito positivo na imunidade ao estimular mecanismos de defesa inespecíficos mediados por leucócitos, aumentando a produção de imunoglobulinas e estimulando a formação de linfócitos, efeitos esses observados em pacientes com síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), pacientes com tipos diversos de câncer em uso de quimioterapia, indivíduos com baixa resistência geral (resfriados frequentes, indisposição para o trabalho, perda ou aumento exagerado de apetite).

O emprego coadjuvante de GH em nutrição tem mostrado benefícios em situações críticas, como intervenções cirúrgicas de grande porte, pacientes de grandes acidentes, infecções e doenças crônicas; ao se associar o uso do GH e um aumento da síntese protéica, efetivamente conseguimos um menor tempo de hospitalização e propiciando uma rápida recuperação do paciente.

O Hormônio do Crescimento atualmente está sendo muito utilizado como auxiliar na manutenção do estado de saúde, evitando diversas patologias ( ex. Osteoporose, Diabetes ), tratando outras doenças ( ex. Câncer, Distúrbios Intestinais ), diminuindo os níveis de stress, aumentando a disposição para realização das tarefas diárias, além de modelar o corpo de acordo com os padrões estéticos.

Os custos do tratamento continuam altos, contudo mais acessíveis ao paciente, devido a descoberta de novas formas alternativas para incrementar o aumento na produção orgânica de GH. Hoje existem algumas maneiras mais simples para a obtenção e manutenção de um melhor estado de saúde, relacionado ao crescimento muscular geral.

Atualmente estudos vêm sendo realizados no sentido de produzir o GH dentro de sementes modificadas em laboratório, para que se alcance um produto com alto poder de ação, de custo mais baixo e quase sem efeitos indesejáveis ao organismo.

Para a obtenção de resultados melhores é necessário que esteja associado uma boa alimentação, repouso adequado, considerando que o indivíduo durma cedo, antes das 22hs, para que haja um aumento na síntese de GH, que pode ser mais elevada se suplementarmos com alguns aminoácidos (ex. Arginina e Ornitina).

Esta utilização de substâncias que influenciam na síntese de proteínas e na secreção de GH, tem apresentado grandes descobertas e influenciado crescentemente em novas pesquisas. Basicamente estes aminoácidos atuam sobre a porção anterior da Hipófise, fazendo com que esta aumente naturalmente a produção de Hormônio do Crescimento. A utilização destas substâncias deverá ocorrer sem que haja competição com outros aminoácidos, pois haverá redução da estimulação hipofisária.

A utilização de Arginina e Ornitina deverão ser realizadas com a prescrição e o acompanhamento de um médico, devendo ocorrer em um estado de jejum de pelo menos 03hs, para que não ocorra competição com os aminoácidos da dieta.

Para uma perfeita nutrição esportiva, não basta somente utilizar os suplementos, pois estes devem estar associados a protocolos físicos e nutricionais adequados, considerando uma avaliação clínica e física realizada antes do início do tratamento.


A MEDICINA DO EXERCÍCIO RECOMENDA: 
Realize exames antes de iniciar um programa de atividade física.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS PARA GESTANTES


A gestação compreende um período de grande vulnerabilidade para a mãe, em razão das várias transformações em seu corpo, e para o feto, em razão do seu crescimento e desenvolvimento. Tais modificações implicam em aumento nos requerimentos de macro e micronutrientes.

As quantidades de energia, proteínas e demais nutrientes são mais elevadas a fim de atender as necessidades para o desenvolvimento do feto e da formação de estruturas maternas durante a gestação (placenta, útero, glândulas mamárias e sangue), assim como a constituição de depósitos energéticos da mãe utilizados durante o parto e lactação.

As necessidades energéticas variam de acordo com o peso pré-gestacional, quantidade e composição do ganho de peso, estágio da gravidez, nível de atividade física e aumento do metabolismo basal.

Para avaliação do peso corpóreo, têm sido recomendados diferentes métodos, dentre os quais se destaca a utilização do índice de massa corpórea (IMC) pré-gestacional. O IMC é calculado utilizando-se o peso em quilogramas, dividido pela estatura em metros ao quadrado.

Nas recomendações atuais, do ponto de vista calórico, temos de adicionar 300 calorias à dieta normal, com início no segundo trimestre de gestação.

Mulheres que iniciam a gravidez com baixo peso ou adolescentes, devem aumentar as mesmas 300 calorias desde o início do processo. Por outro lado quem a inicia com sobrepeso ou obesidade, nenhum aumento é recomendado, sendo importante acompanhar a evolução da gestante, o que permitirá nortear as orientações dietéticas.

Em relação as proteínas, a ingestão deve ser aumentada em razão de sua contribuição específica para o crescimento e porque uma dieta pobre neste nutriente, quase sempre, provoca carência de outras substâncias.

No feto, através de processos que envolvem enzimas e ATP, formam-se as cadeias peptídicas que originam as proteínas, as quais são utilizadas na formação das membranas, líquido amniótico e placenta, e no crescimento dos tecidos maternos, com ingestão diária de 60 a 70g.

Os glicídios, representados principalmente pela glicose, constituem a principal fonte de energia que o feto dispõe, devido esta substância atravessar com facilidade a barreira placentária, ficando armazenada no coração, fígado e músculos esqueléticos, sob a forma de glicogênio, sendo mobilizada de acordo com as necessidades, devendo apresentar um consumo diário de 300g.

Os lipídios são fonte energética acessória e têm pouca influência sobre o crescimento fetal, devendo ser ingeridos em torno de 50 a 120 g/dia.

As vitaminas, cruzando a barreira placentária por mecanismos não esclarecidos, principalmente no terceiro trimestre de gestação, participam de sistemas enzimáticos fetais.

Alguns estudos demonstram distúrbios maternos e prejuízo na evolução do processo gestacional (anemia, abortamento, hemorragia retroplacentária, descolamento prematuro de placenta, rotura prematura de membranas), além de alterações fetais (complicações ao nascimento, déficit mental e alterações no tubo neural), conseqüentes a deficiência de algumas vitaminas.

Recomenda-se inserir na dieta da gestante, entre outras, as vitaminas B6, B12, C, D, E, K, ácido fólico e ácido nicotínico, em quantidades individuais e previamente estabelecidas.

Os minerais são necessários em pequenas quantidades e participam como co-fatores de sistemas enzimáticos. Dentre eles destaca-se o ferro, cuja demanda é aumentada devido a importantes alterações hematológicas e as necessidades fetais, acrescenta-se também sódio, cálcio, iodo, zinco, fósforo, flúor e magnésio em doses específicas e cuidadosamente elaboradas.

Os requerimentos nutricionais na gestação são mais qualitativos do que quantitativos, pois a proporção de aumento para proteínas, vitaminas e minerais é significativamente mais elevada quando comparada com a energia.

Os suplementos alimentares são efetivamente um grande recurso para garantir o aporte adequado de nutrientes, porém têm que ser aqueles indicados para a gestação, pois apresentam quantidades seguras à saúde da gestante e do feto.

Esses suplementos diferem nas quantidades de cada nutriente, portanto o especialista ao prescrevê-los deve verificar qual se adapta melhor a cada paciente individualmente.

A MEDICINA DO EXERCÍCIO LEMBRA: 
Gestação não é doença, movimente seu corpo.

sábado, 23 de novembro de 2013

FITOQUÍMICOS - SUBSTÂNCIAS PROTETORAS NOS ALIMENTOS


A cada dia a dietoterapia se instala como uma importante ferramenta no combate as doenças cardiovasculares, metabólicas e diversos distúrbios orgânicos.

Os fitoquímicos nada mais são que substâncias encontradas nas plantas e biologicamente ativas, com efeitos protetores, combatendo radicais livres, minimizando os efeitos oxidativos.

Tem como maior grupo os compostos fenólicos, que incluem plantas flavonóides, como as catequinas, encontradas em chás e vinho tinto; polifenóis como o camosol em folhas de alecrim; e cúrcuma no curry e mostarda; cereais são ricos em ácidos fenólicos, fitosterinas, saponinas e fitoestrogênios.

Os fitosteróis, conhecidos como esteróis vegetais, são um extrato vegetal natural de sementes de girassol e grãos de soja, sendo importantes na manutenção da estrutura e função da membrana celular, os mais comuns são: sitosterol, campesterol e estigmasterol, com importantes evidências de terem reduzido os índices de LDL- colesterol. Para tanto precisam ser encampados na micela, ou caso contrário serão excretados nas fezes.

Durante a última década foram realizados vários estudos experimentais e epidemiológicos mostrando que grãos, vegetais e frutos, que contêm uma gama de substâncias potencialmente quimioprofiláticas. As evidências de que os fitoquímicos possam exercer poder específico na prevenção de doença são grandes.

Nos Estados Unidos o FDA (Food and Drug Adminitration) realizou revisão completa, concluindo que ésteres de fitosteróis são componentes alimentares funcionais GRAS (Generally Recognized As Safe), ou seja, aptos a serem utilizados como alimentos funcionais.

Na Amazônia, em especial no estado do Pará, a quantidade de frutas regionais, de características marcantes, com seus sabores e consistências diferenciadas e ainda contendo uma infinidade de substâncias ativas já reconhecidas pelos sistemas de saúde e outros ainda ocultos aos olhos da Ciência.
  • AÇAÍ: ferro,pigmentos de fitosteróis, vitaminas C, B1, B2 e fibras.
  • BACURI: fósforo e vitaminas A e C.
  • CUPUAÇU: antioxidantes e vitaminas A, B1, B2 e C e pectina.
  • MANGA: rica em minerais e vitaminas C, B5, A e antioxidantes. Possui também uma boa quantidade de ferro, magnésio e potássio.
  • CAQUI: rica em proteínas, cálcio, ferro e licopeno.
  • ABACAXI: rica em proteínas, cálcio, ferro e licopeno.Este suco natural possui cerca de 12% de açúcar (frutose).
  • GRAVIOLA: contém uma boa quantidade de proteínas, gorduras, carboidratos, vitaminas C e B, potássio e fósforo.
  • ARAÇÁ: possui vitamina A, B, C, além de altas taxas de proteína e carboidratos.
  • PUPUNHA: ricos em vitamina A, manganês e zinco, além expressivo teor de proteínas e amidos, podem ser comidos cozidos em água e sal e se prestam também à extração de óleo.

Mas sempre cuidados com os excessos, pois isso acontece com a Castanha do Pará. A recomendação para ingestão da fruta é de uma por dia, mas é comum o paraense comprar nas esquinas da capital aqueles saquinhos com uma quantidade considerável da fruta, que acaba sendo consumida em poucos minutos.

Se por um lado a castanha é rica em selênio, mineral que ajuda a prevenir o câncer, ela também contém bário (1800 mg/fruto), mineral de alta densidade, que, em quantidades elevadas, é considerado contaminante ao organismo humano.

Ao comparar os valores de ferro, manganês e zinco, obtidos na Castanha do Pará e na pupunha analisadas no Laboratório da Faculdade de Química da UFPA, com os valores apresentados na Tabela Brasileira de Composição de Alimentos da Universidade de Campinas em 2004, constatou-se que a concentração dos referidos elementos químicos nos alimentos da Amazônia é muito mais elevada do que nas frutas mais comuns e nacionalmente mais consumidas, como carambola, goiaba vermelha, jaca, acerola, tangerina, laranja e jambo.

As potencialidades das frutas e dos alimentos típicos da região precisam ser divulgadas para que haja o maior aproveitamento possível do elemento essencial que contêm e a forma adequada de ingestão, sem que ocorram contaminações por outros elementos químicos também presentes nestas frutas.

Outro fator que precisa ser investigado é em que parte do alimento a substância está concentrada. No caso da Castanha do Pará, ainda é preciso determinar se o selênio está contido na polpa ou na película que a envolve. Assim, não adiantaria comer a polpa em excesso e descartar a película.

A MEDICINA DO EXERCÍCIO INDICA:
Além das frutas regionais o leite de búfala, da Ilha do Marajó,
é rico em cálcio, magnésio, manganês e zinco.
            

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

ORGANIZAÇÃO, ESPORTE, DINÂMICA E DESENVOLVIMENTO DE COMUNIDADES SÓCIO-ESPORTIVAS: ATLETAS DE FUTEBOL PORTADORES DE NANISMO – GIGANTES DO NORTE


1- INTRODUÇÃO
           

            O maior problema enfrentado pelos portadores de necessidades especiais - Nanismo, além do preconceito, é o fato de viverem em cidades não planejadas para minimizar, no sentido literário da palavra, os percalços enfrentados por esses cidadãos. No mais, são pessoas que podem fazer quase tudo que estiver realmente ao seu alcance.

            O nanismo pode acometer qualquer pessoa, mesmo que sem antecedentes na família. O nanismo pode ser proporcional ou desproporcional. As causas podem ser endócrinas (distúrbios relacionados à produção de hormônio do crescimento) e também por mutação genética, como no caso da acondroplasia, hipocondroplasia e nanismo distrófico.

            Embora quem não tenha casos de nanismo na família possa ter filhos anões, o contrário necessariamente não é verdadeiro, ou seja, nem todo anão irá gerar filhos anões.

            No Brasil a cidade de Itabaininha - SE apresenta grande número de sua população composta de anões, em proporção de a cada 300 nascimentos 01 ser portador de nanismo, algo a ser pesquisado e ainda uma incógnita, bem como a família de origem judia - Ovitz, que na época da segunda guerra mundial, foi cruelmente estudada por cientistas nazistas.

            O tamanho não nos preocupa, mas sua invisibilidade, afinal pouco se sabe sobre esse grupo especial e isso compromete a sua qualidade de vida, afinal são portadores de encurtamento de extremidades, alargamento de região frontal, em certos casos com aumento concomitante do perímetro cefálico, hipotonia muscular, compressão da medula cervical, em muitos casos obesidade e todos os fatores que são somados ao sedentarismo, devido ausência de opções para realizar atividade física supervisionada.

            Para melhorar a qualidade de vida são orientados exercícios de baixo impacto, mas realizado de forma consciente e preservando a integridade e aptidões físicas dos anões o futebol se mostra muito importante, pois além do aspecto físico, envolve também a inclusão social desses praticantes, que viram personalidades, tais quais os atletas de futebol profissional.



2- OBJETIVO


            A lei 5.296 / 04, de 02 de dezembro de 2004, inclui o nanismo como portador de necessidades especiais (deficiente físico). O grupo foi montado com o intuito de promover a verdadeira democratização do esporte, além de promover um estudo mais detalhado das capacidades físicas e clínicas dessa população de forma a Medicina do Esporte poder interagir de forma mais precoce e efetiva na profilaxia dos distúrbios secundários.


3- METODOLOGIA

            Foram convidados via rádio, televisão e jornais de grande circulação no estado do Pará, todos os portadores de nanismo que pretendessem treinar futebol de forma orientada e supervisionada por comissão técnica, para comporem a equipe dos Gigantes do Norte.


            Atualmente mantém-se um grupo de 22 atletas, com faixa etária que varia de 14 a 40 anos, todos portadores de nanismo, exceto o goleiro, que por motivos anatômicos assume a posição, a equipe mantém ritmo de treinamento 03 vezes na semana, com duração de 01 hora e 30 minutos aproximadamente, envolvendo exercícios de força, resistência, potência muscular, condicionamento aeróbico e flexibilidade geral e específica. Os jogos são realizados aos finais de semana contra equipes de sub-15, sub-13, ou em apresentações que envolvem todos da equipe divididos em dois times.


            A comissão técnica é composta por: treinador, treinador de goleiros, preparador físico, médico do esporte, enfermeiro, fisioterapeuta, que são acadêmicos de Educação Física, Fisioterapia e Medicina devidamente monitorados por preceptores.


4- DISCUSSÃO

            Existem alguns mecanismos que ajudam a manter uma boa qualidade de vida e inclusive incrementar alguns aspectos fisiológicos e morfológicos, importantes na manutenção de um bom estado geral de saúde. Dispomos de alguns alimentos ricos em vitamina A, zinco, ferro, proteínas, devido algumas manifestações serem de caráter nutricional.

            A grande escritora brasileira Clarice Lispector, a quando de seu livro “A menor mulher do mundo”, retrata alguns aspectos que dificultam o modo de vida e situam esse grupo de forma ainda estigmatizada, como pessoas velhas em corpo de crianças ou simplesmente os afastando da convivência com outras pessoas.

            Já temos exemplos de atletas nas modalidades de natação, atletismo, assim como em esportes radicais tipo montanhismo e rafting. Mostrando que a deficiência reside muito mais nos preconceitos do que nas verdadeiras habilidades esportivas ainda encobertas pelo manto da vergonha.


5- CONCLUSÃO

            Propomos o início de programas especiais e supervisionados para ampliar o número de praticantes de atividade física portadores de necessidade especial, de forma a transformarmos a comunidade esportiva brasileira num exemplo de dignidade humana, profilaxia e manutenção da saúde, além do surgimento de novos talentos para futuras competições para-olímpicas.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

MOTIVOS PREVALENTES PARA INÍCIO DA PRÁTICA ESPORTIVA ENTRE ATLETAS MASTER DE NATAÇÃO


Bruno Tamegão Lopes de Noronha,  Karla Cynara Pinheiro Lima,  Caroline Santos Constante, Clívia Cristhine Amaral Bandeira,  Ana Larissa Pinheiro Muniz, Camilo Ferreira Ramos.
1) Clínica do Movimento / Pelvic Clinic, Fortaleza-CE, Brasil. 2) Escola Superior da Amazônia, Belém-PA, Brasil. 2) Universidade do Estado do Pará, Belém-PA, Brasil. 3) Centro Universitário do Pará, Belém-PA, Brasil.

O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial e provoca uma perda estrutural e funcional progressiva no organismo. 

Uma das formas de desaceleração do envelhecimento e de diminuição das enfermidades associadas é a prática de atividade física regular.

A prática da natação colabora para desenvolvimento nos campos físico, psíquico, social, recreativo, preventivo e terapêutico. Este estudo propõe compreender as razões que levam indivíduos acima de 30 anos a iniciar esta prática esportiva.

Foram entrevistados 200 atletas participantes do XII Campeonato Norte Nordeste Centro-Oeste Masters de Natação no ano de 2005 em Belém, Pará, onde se indagou os motivos que os levaram a iniciarem ainda que tardiamente a prática esportiva.

Dentre os pesquisados e realizada análise, percebeu-se que 84% relataram ter iniciado a prática da natação em conseqüência de patologias e 16% relataram outros motivos, como estética, prevenção de doenças crônico-degenerativas e incremento da qualidade de vida.

A maioria das pessoas que procuram tardiamente uma atividade física aquática o faz devido às patologias pré-existentes que têm no esporte uma oportunidade de melhora do estado geral de saúde.

Foram entrevistados 200 atletas participantes do XII Campeonato Norte Nordeste Centro-Oeste Masters de Natação no ano de 2005 em Belém, Pará, onde se indagou os motivos que os levaram a iniciarem ainda que tardiamente a prática esportiva.

Dentre os pesquisados e realizada análise, percebeu-se que 84% relataram ter iniciado a prática da natação em conseqüência de patologias e 16% relataram outros motivos, como estética, prevenção de doenças crônico-degenerativas e incremento da qualidade de vida.

A maioria das pessoas que procuram tardiamente uma atividade física aquática o faz devido às patologias pré-existentes que têm no esporte uma oportunidade de melhora do estado geral de saúde.

Dentre os pesquisados e realizada análise, percebeu-se que 84% relataram ter iniciado a prática da natação em conseqüência de patologias e 16% relataram outros motivos, como estética, prevenção de doenças crônico-degenerativas e incremento da qualidade de vida.

A maioria das pessoas que procuram tardiamente uma atividade física aquática o faz devido às patologias pré-existentes que têm no esporte uma oportunidade de melhora do estado geral de saúde.

A maioria das pessoas que procuram tardiamente uma atividade física aquática o faz devido às patologias pré-existentes que têm no esporte uma oportunidade de melhora do estado geral de saúde.

Contudo, iniciar mais cedo no esporte, pode agir como fator profilático até mesmo para as próprias patologias que virão acometer os pacientes.

domingo, 10 de novembro de 2013

CONSUMO DE FIBRAS E AMIDO RESISTENTE


A fibra alimentar é uma fração complexa composta por um conjunto de substâncias presentes nos alimentos vegetais, representados pela soma de lignina e polisacarídeos (celulose, hemicelulose, pectina, mucilagem e goma), sendo estes classificados segundo sua solubilidade em água.

O amido resistente é definido como a fração do amido que não é digerida no intestino delgado e sua faixa de absorção varia entre 3 a 20%, quando sua faixa de digestão decresce, a glicose pós-prandial e a resposta insulinêmica são diminuídas na proporção direta.

A natureza desta fração do amido está constituída por diferentes tipos, dos quais se classificam em função de sua estrutura físico-química e susceptibilidade a digestão intestinal.

Existem, portanto quatro tipos de amido resistente:

  • Tipo I (amido fisicamente inacessível na matriz do alimento, fundamentalmente pelas paredes celulares e proteínas);
  • Tipo II (encontra-se em alimentos não coccionados, como banana e batatas cruas);
  • Tipo III (que se forma quando o amido sofre retrogradação, estando presente nas batatas frescas e cozidas, cereais matinais e pão); e
  • Tipo IV (amido quimicamente modificado resistente às enzimas).

Alguns fatores afetam a formação do amido resistente, como por exemplo, métodos de conservação do alimento (refrigeração, congelação, defumação), processos culinários (fritura, cocção, micoondas) e outros que ocorrem entre seus constituintes como a sua origem botânica, o estado da parede, do grânulo e a presença de outros nutrientes constituintes do alimento.

A propriedade de sofrer fermentação no cólon, a resistência a digestão no intestino delgado e o grau de desintegração durante o processamento e a mastigação, influenciam nos seus efeitos fisiológicos no organismo humano.

A fermentação gera produtos que aumentarão a acidez do cólon, parecendo exercer efeitos protetores, essas substâncias também provêm certa quantidade de energia, que será usada como reserva energética para proliferação de bactérias benéficas ao cólon.

Estima-se que o consumo de 20g / dia possa oferecer mecanismos preventivos em transtornos relacionados à dislipidemias, diabetes, obesidade, alterações cardiovasculares e alguns tipos de câncer, influenciando pois, no balanço energético, por um mecanismo envolvendo o aumento da excreção de gordura.

As fibras mantêm efeitos importantes do ponto de vista fisiológico, por sua importância em manter o trofismo intestinal e a integridade estrutural da mucosa, servindo desta forma como barreira imunológica, prevenindo a translocação bacteriana.

Na fermentação das fibras acontece produção de ácidos graxos de cadeia curta - AGCC (acético, propiônico, butírico), estes estão particularmente envolvidos na regulação de divisão e morte celular, sustentando o ritmo normal de renovação, esencial para garantir trocas constantes do epitélio digestivo, além do aumento da viscosidade do conteúdo entérico, estimulando assim a divisão celular.

A MEDICINA DO EXERCÍCIO ADVERTE: 
As pessoas na maioria das situações
alimentam-se bem, mas nutrem-se mal.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

PREVALÊNCIA DE USO DE ESTERÓIDES ANABOLIZANTES EM PRATICANTES DE 06 ACADEMIAS DE GINÁSTICA DE BELÉM – PA


NORONHA, B.T.L.1; LIMA, K.C.P. 1; MUNIZ, A.L.P.2; RAMOS, C.F.3
1 - Fundação Luiz Dècourt – Clínica do Movimento, Belém (PA). 2 - Centro Universitário do Pará. 3 - Universidade do Estado do Pará.

Várias razões podem ser apontadas como razão do consumo elevado de esteróides anabolizantes: idealização do corpo, aceitação social, performance física, aceleração do desenvolvimento corporal etc. 

Porém, junto com os efeitos desejados (nem sempre encontrados) podem vir junto diversas reações patológicas do organismo, por vezes irreversíveis se não houver acompanhamento profissional. 

O objetivo deste estudo foi verificar a prevalência de uso de substâncias esteróides anabolizantes em jovens praticantes de musculação. 

A casuística foi de 60 pessoas (30 de cada sexo), na faixa etária compreendida entre 15 e 25 anos, frequentadores de academias de ginásticas de Belém (PA), que procuraram o consultório médico para avaliação clínica entre junho e outubro de 2009, esclarecidos a respeito do estudo e que aceitaram participar deste. 

Os pacientes foram oriundos de 06 academias e  40 (66,66%) referiram usar anabolizantes, sendo os mais citados: durateston, stanozolol, hemogenin, dianabol e oxandronolona via oral. 

A substância administrada por via oral (oxandronolona) foi prescrita por médico, as outras, contudo foram indicadas por educadores físicos, colegas de academia, internet, revistas e nutricionistas. 

A respeito da principal razão de uso de esteróides, nenhum paciente alegou ser atleta de alta performance, nem como atenção preventiva à saúde, a maioria alegou fazê-lo por motivo estético. 

O uso de substâncias como esteróides deve ser sempre acompanhada por um médico e feito em casos específicos sob risco de gerar agravos. 

As múltiplas fontes de conhecimento de nosso tempo acabam dando margem para o uso indiscriminado destas drogas, sendo proposta atenção específica da atenção primária da Saúde Pública sobre esta questão.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS - COMO E QUANDO UTILIZÁ-LOS?


Os suplementos nutricionais surgem na rotina do homem moderno e com isso a questão: Seriam esses suplementos necessários e aptos a corrigir qualquer falha nutricional ou exerceriam função farmacológica quando consumidos?


O surgimento dos suplementos se confunde no tempo com o início das pesquisas na área, já fazendo parte da história da nutrição.

Diversos são os fatores que podem determinar modificações nas necessidades diárias de cada nutriente. A condição de saúde ou a ocorrência de determinada doença conduz modificações nas necessidades nutricionais gerais e específicas. A atividade física determina aumento da demanda energética o que reflete diretamente nas necessidades de nutrientes.

A recomendação de ingestão diária norte-americana (RDA) é baseada em estudos das necessidades nutricionais que cubram a maior parte da população. Porém, ao abordarmos as necessidades individuais, devemos lembrar dos diversos fatores que possam atuar provocando desarmonia orgânica, como a atividade física e as doenças em geral.

Se considerarmos um atleta na competição do Ironman, atividade de longa duração, onde os indivíduos se exercitam por aproximadamente 10 horas, com um gasto calórico total em torno de 6000 kcal; ou a RAAM (Race Across America), onde quatro ciclistas se revezam, durante 5 dias, com gasto calórico aproximado de 9000kcal. Não podem ser feitas comparações com um atleta de 100m livres na natação, com um praticante de academia de ginástica ou um sedentário com pressão alta.

As respostas metabólicas e funcionais são de todo distintas, com as manifestações sendo individuais e específicas, mesmo nos participantes da mesma modalidade esportiva.
A difusão da prática regular de diversos tipos de atividade física fazem com que as necessidades de nutrientes dos indivíduos seja amplamente alteradas, distante da população em geral.

As especulações em torno de suplementação datam do quinto século antes de Cristo, quando o lutador greco-romano Milo da cidade de Croton, reportou ter ingerido em um único dia 9kg de carne, 9kg de pão e 8,5l de vinho, tendo atribuído a essa manipulação nutricional o sucesso em suas lutas.

Em 1995, ficou evidenciado que suplemntação com aspartato, asparagina e carnitina, poderiam aumentar a resistência ao esforço em ratos treinados em atividade física moderada. Entretanto, promoveu aumento da resistência periférica a insulina, simulando quadro semelhante ao diabete, em ratos sedentários.

A Secretaria de Vigilância Sanitária, pela portaria n.31 de 13 de janeiro de 1998, estabeleceu que os suplementos vitamínicos podem ser usados na quantidade de 25% no mínimo e 100% no máximo da RDA. Caso ultrapassem essa quantidade são considerados medicamentos, sendo portanto, obrigatória a prescrição de um médico especialista.


A MEDICINA do EXERCÍCIO ADVERTE: 
Antes de usar suplementos vitamínicos procure um médico.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

PREVALÊNCIA DE AVALIAÇÃO FÍSICA PRÉ-PARTICIPAÇÃO A EVENTO FÍSICO ENTRE ATLETAS E NÃO ATLETAS


NORONHA, B.T.L.1; LIMA, K.C.P. 1; MUNIZ, A.L.P.2; RAMOS, C.F.3
1 - Fundação Luiz Dècourt – Clínica do Movimento, Belém (PA). 2 - Centro Universitário do Pará. 3 - Universidade do Estado do Pará.

A atividade física, embora excelente para a manutenção da saúde, prevenção de distúrbios cardiovasculares e reabilitação, pode trazer riscos para o praticante caso realizada sem as devidas orientações, como cronificação de lesões, surgimento de lesões osteoarticulares, overtraining e até morte súbita.

O médico do exercício por vezes é visto como um profissional destinado ao atleta de performance, sendo a avaliação do praticante comum menos frequente do que o esperado.

O objetivo deste estudo foi verificar a prevalência de participantes de um evento físico que realizaram avaliação médica antes da atividade.

A pesquisa desenvolvida foi de cunho transversal e descritivo, com a participação de 100 pessoas, em faixa etária compreendida entre 16 – 43 anos, sendo 50 atletas e 50 não-atletas (frequentadores de academias de ginástica), por meio de protocolo de pesquisa no período de outubro a novembro de 2009.

Encontrou-se que 29% de todos não realizou qualquer avaliação, valor que entre os atletas (36,0%) apresentou-se menor do que comparado aos não-atletas (78,0%).

Todos os não-atletas que foram avaliados, procuraram o serviço devido a condições patológicas reconhecidamente pré-existentes.

É fundamental que a consciência da importância da avaliação física antes de atividades físicas vigorosas seja difundida, especialmente entre os não-atletas, visto que o outro grupo tem atenção direcionadas em outras consultas quaisquer, uma vez informarem ser atletas.

A atividade física precisa ser vista como um fator também de perigo e que merece ser bem avaliada antes da prática.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

OBESIDADE E PROTEÍNAS DESACOPLADORAS (UCPs)


A existência da proteína desacopladora (UCP – uncoupling protein) é conhecida desde 1982, identificada no tecido adiposo marrom de roedores. Esse tecido é altamente vascularizado e rico em mitocôndrias, apresentando uma função de gerador de calor. Em roedores é estimulada em duas situações que ativam o sistema nervoso simpático: quando são expostos a baixas temperaturas (para manter a temperatura corporal) e quando consomem uma quantidade calórica acima das necessidades (gasta energia em excesso para manter o balanço energético).

Em 1997, duas novas formas foram identificadas, UCP2 (encontrada em diversos tecidos, incluindo tecido adiposo branco) e UCP3 (encontrada apenas nos músculos esqueléticos). Acredita-se que esta distribuição ampla da UCP2 ocorra devido ter um papel muito importante na determinação da taxa metabólica basal.

A desregulação da função das UCPs pode significar um fator de risco no desenvolvimento da obesidade e outras desordens alimentares. Por outro lado, a possibilidade de manipular essas proteínas e, consequentemente, a termogênese, pode representar uma alternativa de tratamento dessa doença que atinge quase metade da população de países desenvolvidos e em desenvolvimento, com o Brasil.

Em 1998, cientistas encontraram menor expressão da UCP2 no tecido adiposo de sujeitos com obesidade mórbida em relação a sujeitos-controle de peso corporal normal. Resultados apontam que obeso têm a expressão genética da UCP2 diminuída em 28% na musculatura abdominal em comparação a sujeitos magros. A UCP3 não se mostrou significativamente diminuída, apesar de haver grande variação entre os indivíduos. Segundo os autores, essa diminuição da UCP2, que é expressa em vários tecidos, pode contribuir para o desenvolvimento e manutenção da obesidade.

As UCPs podem ser estimuladas principalmente por catecolaminas e hormônios da tireóide, mas outros hormônios, tais com insulina, glicocorticóides, ácido retinóico e IGF-1 (insulin-like growth factor-1) também podem modular sua expressão genética.

Outro fator que pode modificar de forma consistente a expressão e atividade das UCPs é o treinamento físico, pois a maior demanda energética leva a alterações que evitam a dissipação de energia e torna mais eficiente a produção de ATP.

A leptina é uma proteína descoberta recentemente que parece estar relacionada ao controle de peso corporal, pois é secretada pelo próprio tecido adiposo em proporção direta à quantidade do mesmo. A administração de leptina aumenta a expressão da UCP2 e UCP3 nos tecidos adiposos branco e marrom.

Os ácidos graxos tem efeito estimulatório na expressão gênica das UCPs, animais submetidos a jejum prolongado têm demonstrado um aumento da expressão de UCP2 e UCP3 em músculos esqueléticos. Estando esse efeito relacionado à maior concentração plasmática de ácidos graxos e sua utilização no metabolismo energético.

O melhor entendimento da regulação dessa proteínas trará uma melhor compreensão das causas de obesidade, abrindo novas formas de tratamento por meio da simples manipulação da taxa metabólica basal.


A MEDICINA DO EXERCÍCIO LEMBRA:
Atividade Física é vida; aproveite a sua, pratique esportes.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

MODELO DE MONITORAMENTO DA PRESSÃO ARTERIAL E FREQUÊNCIA CARDÍACA EM PACIENTES DO PROGRAMA HIPERDIA EM UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA

NORONHA, B.T.L.1; LIMA, K.C.P. 1; MUNIZ, A.L.P.2; RAMOS, C.F.3

1 - Fundação Luiz Dècourt – Clínica do Movimento, Belém (PA). 2 - Centro Universitário do Pará. 3 - Universidade do Estado do Pará.

A aferição da pressão arterial (PA) e da frequência cardíaca (FC) estão entre os métodos propedêuticos mais importantes e realizados por todos profissionais da saúde. 

Por isso, as variadas técnicas de medição buscam melhor estudar a condição cardiovascular dos pacientes, tentando diminuir resultados pouco fidedignos. 

Porém, o nível básico de atenção à saúde enfrenta dificuldades neste tipo de acompanhamento, sendo geralmente a maior dificuldade a impossibilidade de uso de outros métodos de aferição. 

Objetivou-se montar um modelo de monitoramento da PA e FC contínuo, ainda que dispondo-se apenas da técnica com o esfigmomanômetro. 

Realizou-se um monitoramento em Unidades de Saúde da Família (USF) de três municípios do Pará: Anajás, Barcarena e Juruti, sendo uma USF por município, e com 60 pacientes em cada (Total: 180), na faixa etária de 60 a 85 anos e matriculados no programa Hiperdia da sua USF, entre julho e novembro de 2009. 

O modelo foi realizado da seguinte forma: um programa multiprofissional, com médicos, enfermeiros e técnicos, verificando a PA e FC dos pacientes duas vezes ao dia (manhã e tarde), durante 8 dias. 

Por meio dos índices verificados, notou-se diferenças entre os níveis pressóricos dos pacientes em relação à aferições esporádicas nas USF. 

Estar atento para a Hipertensão Arterial e a otimização dos métodos diagnósticos e de controle contribuem para a redução da morbi-mortalidade dessa patologia, assim incentivamos a experimentação de outros modos e técnicas de controle da PA e FC a fim de estabelecermos a condição real e estatística da população.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

MANEJO NUTRICIONAL NO EXERCÍCIO FÍSICO


A alimentação e balanço nutricional esportivo não está somente relacionada aos atletas, mas referem-se também as necessidades nutricionais das pessoas ativas - aquelas que praticam exercícios regulares. É notório que uma dieta adequada auxilia o desempenho, já que fornece os substratos energéticos e a prática de exercícios regulares melhora a habilidade do organismo em utilizar os nutrientes.

         
Os carbohidratos, as proteínas e os lipídios são oxidados por diferentes vias metabólicas, fornecendo dióxido de carbono, água e ATP. O ATP, por ser  uma molécula altamente energética, está disponível para ser utilizada a qualquer momento pelo organismo; ele pode utilizá-la tanto para respirar, quanto para digerir alimentos ou mesmo para correr muitos quilômetros.
         
Durante o exercício, os músculos podem produzir ATP através de 3 sistemas:

  1. Creatina fosfato: que fornece energia suficiente para realização de atividades de explosão durante 5 a 10 segundos.
  2. Glicólise anaeróbica: em exercícios intensos, formando ácido lático como catabólito.
  3. Metabolismo aeróbio: durante exercícios leves a moderados.

Portanto, é a intensidade e a duração que, em última análise, determinam qual a fonte energética que será principalmente utilizada.

Os carbohidratos ou açúcares, são considerados como a fonte energética mais eficiente já que requerem menos oxigênio para sua oxidação quando comparados aos lipídios e as proteínas.

Quantidades adequadas poupam as proteínas de serem utilizadas como substrato energético e este aspecto é muito importante durante o exercício para evitar a perda de massa magra. Devem contribuir com 60% do valor energético total da dieta.

Deve-se optar por alimentos ricos em carbohidratos complexos já que apresentam outros nutrientes associados, como os cereais, as leguminosas e alguns vegetais. Um dos mais eficientes caminhos para a restauração rápida dos estoques de glicogênio é o fornecimento de alimentos com alto índice glicêmico, logo após o término do exercício, preferencialmente até 2 horas após, quando a enzima glicogênio sintetase está mais ávida por glicose.

Caso a ingestão calórica seja inadequada, as proteínas poderão ser oxidadas como fonte energética e não estarão disponíveis para o aumento da massa muscular. Indivíduos engajados em atividades de longa duração podem necessitar de 1,0 a 1,5 gramas de proteínas por kg/dia, enquanto aqueles em atividades contra-resistência poderiam ingerir de 1,2 a 1,8 gramas de proteínas por kg/dia.

Síntese hormonal, formação de estruturas celulares, absorção de várias vitaminas essenciais e função energética essas são as principais funções dos mal falados lipídios ou gorduras. Deve-se no entanto preferir a adição de azeite de oliva às preparações, pelo seu alto teor de gordura monoinsaturada e reduzir o uso de alimentos que apresentem gordura hidrogenada (gordura trans isômera) na sua composição, já cientificamente comprovada como facilitadora do aparecimento de doenças cardiovasculares.

Outro aspecto fundamental é que as cápsulas de suplementos vitamínicos e de minerais não podem ser consideradas um substituto efetivo para uma dieta balanceada, pois através dos alimentos podemos ingerir além de nutrientes, substâncias importantes para o bom funcionamento orgânico, como por exemplo as fibras alimentares e os flavonóides.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

LESÕES MUSCULARES NO EXERCÍCIO E ESPORTE

Os músculos esqueléticos são estruturas que, a partir da sua contração, possibilitam os movimentos e as posturas necessárias às ações da vida diária físicas e esportivas. 


Estruturas visco - elásticas que apresentam propriedades biomecânicas,os músculos possuem, entre outras, a capacidade de sofrer deformação na medida em que uma força produz aumento do seu comprimento. 

A
s lesões musculares estão entre os traumas mais comuns, com uma freqüência de 10% a 30% de todas as lesões no esporte. 

Na verdade, o importante no tratamento das lesões musculares é facilitar o processo de recuperação e limitar a perda da função, minimizando o grau de atrofia muscular e perda da capacidade funcional do músculo.


Os exercícios de coordenação motora, equilíbrio, velocidade de movimento e agilidade também são importantes para o processo de recuperação plena do atleta com lesão muscular.


Não é preciso ter pressa, mas não se deve perder tempo.

Assim, quando os músculos são deformados dentro da sua capacidade visco - elástica, diz-se que houve deformação elástica.

Quando a deformação vai além da capacidade do músculo, diz-se que houve deformação plástica, o que pode produzir micro ou macro lesão do músculo.

No esporte, principalmente os que exigem grande velocidade de movimento e/ou grande flexibilidade das articulações, os músculos ficam expostos a forças que podem produzir essa deformação plástica e levar às lesões chamadas de rupturas.

Os comumente chamados estiramentos são na verdade lesões, rasgos musculares.

Ressalte-se que não há fibras elásticas no tecido muscular esquelético, portanto, o músculo não possui capacidade para se alongar ou se esticar.

Podem ser classificadas conforme sua gravidade:

  • GRAU 1, considerada leve e que não apresenta dano estrutural importante, nem redução importante na capacidade contrátil e elástica do músculo, sendo de fácil recuperação;
  • GRAU 2, considerada moderada, em que há dano estrutural do músculo e limitação da capacidade contrátil e elástica;
  • GRAU 3, considerada grave, com rompimento total do músculo e incapacidade funcional do atleta. Nas lesões de grau 3, pode haver a necessidade de intervenção cirurgia para suturar o músculo.
Os músculos que mais frequentemente sofrem “estiramento” muscular são os isquiotibiais (posteriores da coxa), o reto femural (região anterior da coxa) e a panturrilha (posteriores da perna).

O tratamento, obviamente, dependerá da gravidade da lesão. A primeira etapa do tratamento é baseada no controle da resposta inflamatória.

Para tal, o uso da crioterapia (gelo) com compressão da área, por 20 minutos, a cada 90 ou 120 minutos no primeiro dia, é muito eficaz.

O repouso relativo por 1 a 3 dias em lesões de grau 1, ou por pelo menos 1 semana em lesões de  grau 2 ou 3, também é importante.

Nessa fase inflamatória o músculo não deve ser exposto a forças que produzam deformação importante porque essa condição pode comprometer a formação do tecido de granulação e da matriz cicatricial e até provocar nova lesão.

Há algum tempo atrás, era comum a imobilização nas lesões musculares.

As evidências atuais apontam a mobilização precoce e controlada após o primeiro dia nas lesões de grau 1; após 5 a 7 dias nas lesões de grau 2; e 2 semanas nas lesões grau 3.

Evidentemente, essa mobilização deve ser em baixa velocidade, sem carga e com a amplitude de movimento muito bem controlada, de tal forma que a tensão gerada no músculo não comprometa sua recuperação.

É importante salientar que o fato do atleta não apresentar dor após uma lesão muscular, não significa necessariamente que o músculo esteja recuperado.

A dor não é o único elemento clínico a ser levado em consideração.

Se durante o processo de recuperação o músculo não foi exposto a cargas progressivas, que devem envolver aumento do comprimento do músculo em velocidades crescentes e aumento da intensidade e do volume dos exercícios, não há remodelação adequada.

Nessa condição o atleta pode não sentir dor nas suas atividades de vida diária, mas o fato do músculo não estar com suas propriedades contráteis e elásticas totalmente recuperadas pode fazer com que, numa solicitação mais “abrupta” do músculo, o mesmo não responda de forma adequada, podendo, inclusive, haver reincidência da lesão.

Uma condição importante no processo de recuperação é submeter gradativamente o atleta aos gestos motores inerentes ao seu esporte.

Fundamental que o atleta já possa, dentro do processo de recuperação, manter, dentro dos limites, o seu condicionamento físico.

Se a lesão não permite correr, mas permite pedalar, ou se ainda não é possível chutar uma bola, mas é possível fazer exercícios de resistência muscular. Ou seja, não é necessário esperar a recuperação plena para reiniciar condicionamento físico.