quinta-feira, 31 de julho de 2014

SAÚDE MENTAL E ATIVIDADE FÍSICA









Programas dirigidos de atividades físicas tendem a amenizar a redução significativa da capacidade física e funcional e da sensação de bem estar, que ocorre no decorrer da senescência, melhorando a qualidade de vida dos idosos.



 Pesquisas demonstram que a prática de exercícios regulares, além dos benefícios fisiológicos, acarretam benefícios psicológicos, tais como: melhor sensação de bem estar, humor e autoestima, assim como, redução da ansiedade, tensão e depressão.



 Ao comparar dois grupos com depressão clínica, onde um executou exercícios aeróbicos e outro anaeróbico, durante o estudo, ambos os grupos demonstraram redução nos níveis de depressão e não apresentaram diferenças significativas entre eles. A conclusão que o estudo levou, é que os efeitos antidepressivos associados ao exercício não se restringem as formas aeróbicas de treinamento.



 Exercícios com a frequência semanal de três vezes, durante seis a nove semanas, são associados ao aumento significante da aptidão física e redução na pontuação da depressão. O estudo concluiu que o treinamento para melhorar a aptidão física é um elemento valioso no programa de tratamento para depressão.



 Um grupo de mulheres deprimidas foi submetido a treinamento aeróbico extenuante, por um período de 10 semanas, e ao final do período demonstraram redução na depressão proveniente do exercício.



 A associação de exercício com contato social resultou em redução significante no escore total da Escala de Depressão de Beck. O exercício, em curto prazo, demonstrou efeito positivo, reduzindo sintomas depressivos no idoso moderadamente deprimido.



 O treinamento de resistência progressiva, durante o período de 10 semanas, demonstrou ser um antidepressivo efetivo para tratar idosos deprimidos melhorando também força, moral, qualidade de vida e papel social.



O emprego de um programa de atividades físicas para pessoas idosas tende a aumentar seu estado de saúde, diminuindo a dependência, a ociosidade, favorecendo a socialização, e com isso melhorando sua qualidade de vida.



 Assim, como outros fenômenos orgânicos, o envelhecimento deve ser conhecido não só no seu aspecto fisiológico e das manifestações físicas, mas também os perfis psicológicos do paciente têm de ser abordado e bem conduzido por especialista.



O envelhecimento vem sendo encarado como um processo patológico e não como uma fase normal do ciclo da vida.



Seria necessário não tentar combatê-lo, mas sim, passar a entendê-lo, pois passou a ser uma necessidade conhecer os aspectos orgânicos, psíquicos e sociais de uma população que cresce continuamente, tentando assim, reduzir os possíveis problemas de saúde pública.




A MEDICINA DO EXERCÍCIO ACONSELHA:

Saúde Mental é o grande antídoto para diversos processos físicos, atuando como aliado na melhoria da qualidade de vida.

           





Dr. Bruno Tamegão Noronha

 Medicina do Esporte

Fisiologia do Exercício


quarta-feira, 16 de julho de 2014

SUPLEMENTOS MINERAIS E EXERCÍCIO FÍSICO











            Os minerais têm sido sugeridos como forma de melhorar o desempenho em duas condições: nos atletas com déficit de alguma dessas substâncias e nos casos onde o incremento do mineral pode melhorar o rendimento na atividade.


            Determinados grupos de atletas tem-se mostrado deficientes em certos minerais, especialmente cálcio, zinco e ferro, embora os níveis sanguíneos e a excreção urinária destes minerais possam ser afetados pela realização de treino com carga e o desgaste deve ser considerado nas análises.


            Trataremos de alguns casos em geral, lembrando que a análise para qualquer programa de condicionamento físico e treinamento esportivo deve ser específica e individualizada:


                        Cálcio: pode ajudar na recuperação anabólica e prevenir o aumento do volume plasmático após a ingestão de líquidos no calor, além de sua determinante contribuição na saúde óssea, fraturas de stress são freqüentes em atletas com baixa densidade óssea, irregularidades menstruais e/ou baixa ingestão de cálcio.


                        Magnésio: é co-fator de reações metabólicas e mantém a excitabilidade do músculo e do nervo, baixos níveis são relacionados com câimbras. Alguns estudos demonstram uma relação com capacidade aeróbica em atletas e não-atletas.


                        Fósforo: estudos ainda não bem elaborados sugerem que pode retardar a fadiga, demonstrando ligeiro aumento no consumo máximo de oxigênio.


                        Zinco: papel fisiológico como anti-oxidante e como co-fator de muitas enzimas, em especial a lactato-desidrogenase, anidrase carbônica e superóxido dismutase, estando seu déficit relacionado a presença sistemática de infecções. Altas doses podem inibir absorção de cobre e diminuir os níveis de lipoproteínas de alta densidade.


                        Cobre: efeitos ainda não estudados e não relacionados com atividade esportiva.


                        Selênio: age em conjunto com vitamina E, como anti-oxidante reduzindo a peroxidação lipídica.

                        Cromo: é mobilizado para melhorar o consumo de glicose pelas células musculares, o incremento pode ser útil para repor os estoques, o que também é favorecido pelo treino tornando o organismo mais eficiente no processo.


                        Ferro: depleção por conta de sangramento intestinal ou hemólise pelo trauma de calcâneo, além de dieta pobre em absorção do mineral. Seu excesso pode inibir absorção de zinco podendo aumentar o risco de câncer, acidente vascular e enfermidades coronarianas. Suplementos somente prescritos quando a dieta não corrigir, sendo necessários exames laboratoriais antes de indicar a reposição.


            A dieta inadequada do ponto de vista metabólico e funcional é a principal razão para as deficiências de minerais encontrados em atletas, embora, em alguns casos, o exercício físico pode contribuir com essa relação.


            Utilizam-se os suplementos minerais não somente para melhora de desempenho esportivo, mas de forma a minimizar os efeitos nocivos do treinamento no organismo como produção acima da média de radicais livres, desta forma promovendo a saúde do atleta de forma imediata e tardia.


            Atletas que conhecem as práticas adequadas e racionais as seguem, entretanto existe a necessidade de um monitoramento das valências laboratoriais sempre relacionadas a modalidade esportiva e o consumo diário em função das etapas no plano de treinamento individual.

                                   


A MEDICINA do EXERCÍCIO ACONSELHA: Doses em excesso de minerais não melhoram o desempenho e ainda podem interagir com a função e absorção de outros micronutrientes.





 Dr. Bruno Tamegão Noronha


 Medicina do Esporte e Fisiologia do Exercício

quinta-feira, 3 de julho de 2014

ANTIOXIDANTES NA DIETA DE PACIENTES ONCOLÓGICOS











            Pacientes oncológicos que são submetidos a tratamentos de radioterapia e quimioterapia estão mais susceptíveis às ações danosas de agentes oxidantes denominados de radicais livres (RL). Ocorre este fato devido ao desequilíbrio em todo o sistema orgânico, podendo haver danos no DNA de células de tecidos sadios.



            Considerando serem os antioxidantes importantes para prevenir, ou até mesmo reduzir, a ação maléfica dos radicais livres sobre macromoléculas essenciais (proteínas, lipídeos e ácido nucléico), alterando a função celular, faz-se necessária a administração destes agentes, seja na forma de suplementos farmacológicos ou mesmo na dieta equilibrada.



            Radicais Livres (RL) são moléculas que apresentam elétrons livres em sua órbita externa, tornando-os substanciais altamente instáveis, o que as fazem procurar estabilidade à custa de outros elementos estáveis e importantes ao funcionamento orgânico, terminando por desestruturá-las de forma vital. Em condições orgânicas normais, a ação dos RL é compensada pelos agentes antioxidantes de primeira linha, que são as enzimas (superóxido desmutase, catalase e glutationa peroxidase).



            Alvos preferidos dos RL são os ácidos graxos insaturados, encontrados na dupla camada de lipídeos das membranas celulares, levando a alteração desta membrana caracterizando a peroxidação lipídica, que leva a formação de placas ateroscleróticas em veias, capilares e artérias importantes na circulação sanguínea.



Imediatamente começam a atacar a cadeia de fosfolipídios vizinhos, continuadamente até se instalar um quadro deletério, pois provoca alteração na capacidade seletiva das membranas celulares, favorecendo a entrada e saída indiscriminada de metabólitos e detritos da célula, levando a ruptura seguida de lise (quebra) celular ou mesmo uma hipotrofia (atrofiamento da célula).



            Podem ocorrer ainda alterações mutacionais de DNA e RNA, favorecendo doenças degenerativas crônicas; oxidação de lipoproteínas de baixa densidade (LDL), favorecendo processo de aterosclerose; ruptura de membranas celulares, motivando bombas iônicas; formação de resíduos químicos que agem como precursor de dois lipopigmentos (lipofucsina e material coróide) ambos relacionados ao processo de envelhecimento celular.



            Os radicais livres são produzidos intensamente em pacientes com câncer, onde os níveis de antioxidantes enzimáticos estão substancialmente baixos, levando à formação de uma camada de fibrina, de aspecto gelatinoso e que protege a célula cancerosa, daí estas serem tão resistentes à ação terapêutica.



            Este fenômeno que determina o crescimento dos tumores está fortemente comprometido com a presença de RL e ao fato das células cancerosas apresentarem níveis menores de oxidação, devido ao fato de possuírem menos ácidos graxos é maior quantidade de proteção interna, evitando o seu combate por agentes quimioterápicos.



            Para impedir que um RL de oxigênio atinja uma situação de desequilíbrio iônico antes que gere algum efeito indesejável, é fundamental que a ele seja fornecido um elétron para se ligar e desta forma estabilizar-se. O elemento ou a substância que irá fornecer este elétron chama-se antioxidante.



            Considerações epidemiológicas mostram que dietas ricas em vitaminas A, E, C, beta-caroteno, flavonas, licopeno, bioflavonóides, entre outros macro e micro nutrientes, reduzem a produção de oxidantes endógenos nos tecidos, mantém a integridade dos tecidos, combatem o stress oxidativo, evidenciando um efeito positivo no combate ao câncer e ao processo de envelhecimento biológico.



            Não apenas os pacientes oncológicos podem estar sujeitos a um desequilíbrio em relação ao teor de RL no organismo, mas também aqueles pacientes que estão diariamente expostos a agentes cancerígenos; tais como fumo, medicamentos, stress metabólico, agentes químicos, podendo ocorrer desta feita uma desorganização oxidativa-orgânica.



            Alimentos funcionais e terapia suplementar farmacológica têm a finalidade de prevenir e até mesmo reduzir a ação das Espécies Reativas de Oxigênio (EROS), evitando danos que podem ser inevitáveis ao organismo humano.
           





A MEDICINA do EXERCÍCIO ACONSELHA:

Estabilizar as reações bioquímicas através da alimentação saudável e atividade física regular.





 Dr. Bruno Tamegão Lopes de Noronha  


(Medicina do Esporte e Fisiologia do Exercício)