sexta-feira, 11 de outubro de 2013

LESÕES MUSCULARES NO EXERCÍCIO E ESPORTE

Os músculos esqueléticos são estruturas que, a partir da sua contração, possibilitam os movimentos e as posturas necessárias às ações da vida diária físicas e esportivas. 


Estruturas visco - elásticas que apresentam propriedades biomecânicas,os músculos possuem, entre outras, a capacidade de sofrer deformação na medida em que uma força produz aumento do seu comprimento. 

A
s lesões musculares estão entre os traumas mais comuns, com uma freqüência de 10% a 30% de todas as lesões no esporte. 

Na verdade, o importante no tratamento das lesões musculares é facilitar o processo de recuperação e limitar a perda da função, minimizando o grau de atrofia muscular e perda da capacidade funcional do músculo.


Os exercícios de coordenação motora, equilíbrio, velocidade de movimento e agilidade também são importantes para o processo de recuperação plena do atleta com lesão muscular.


Não é preciso ter pressa, mas não se deve perder tempo.

Assim, quando os músculos são deformados dentro da sua capacidade visco - elástica, diz-se que houve deformação elástica.

Quando a deformação vai além da capacidade do músculo, diz-se que houve deformação plástica, o que pode produzir micro ou macro lesão do músculo.

No esporte, principalmente os que exigem grande velocidade de movimento e/ou grande flexibilidade das articulações, os músculos ficam expostos a forças que podem produzir essa deformação plástica e levar às lesões chamadas de rupturas.

Os comumente chamados estiramentos são na verdade lesões, rasgos musculares.

Ressalte-se que não há fibras elásticas no tecido muscular esquelético, portanto, o músculo não possui capacidade para se alongar ou se esticar.

Podem ser classificadas conforme sua gravidade:

  • GRAU 1, considerada leve e que não apresenta dano estrutural importante, nem redução importante na capacidade contrátil e elástica do músculo, sendo de fácil recuperação;
  • GRAU 2, considerada moderada, em que há dano estrutural do músculo e limitação da capacidade contrátil e elástica;
  • GRAU 3, considerada grave, com rompimento total do músculo e incapacidade funcional do atleta. Nas lesões de grau 3, pode haver a necessidade de intervenção cirurgia para suturar o músculo.
Os músculos que mais frequentemente sofrem “estiramento” muscular são os isquiotibiais (posteriores da coxa), o reto femural (região anterior da coxa) e a panturrilha (posteriores da perna).

O tratamento, obviamente, dependerá da gravidade da lesão. A primeira etapa do tratamento é baseada no controle da resposta inflamatória.

Para tal, o uso da crioterapia (gelo) com compressão da área, por 20 minutos, a cada 90 ou 120 minutos no primeiro dia, é muito eficaz.

O repouso relativo por 1 a 3 dias em lesões de grau 1, ou por pelo menos 1 semana em lesões de  grau 2 ou 3, também é importante.

Nessa fase inflamatória o músculo não deve ser exposto a forças que produzam deformação importante porque essa condição pode comprometer a formação do tecido de granulação e da matriz cicatricial e até provocar nova lesão.

Há algum tempo atrás, era comum a imobilização nas lesões musculares.

As evidências atuais apontam a mobilização precoce e controlada após o primeiro dia nas lesões de grau 1; após 5 a 7 dias nas lesões de grau 2; e 2 semanas nas lesões grau 3.

Evidentemente, essa mobilização deve ser em baixa velocidade, sem carga e com a amplitude de movimento muito bem controlada, de tal forma que a tensão gerada no músculo não comprometa sua recuperação.

É importante salientar que o fato do atleta não apresentar dor após uma lesão muscular, não significa necessariamente que o músculo esteja recuperado.

A dor não é o único elemento clínico a ser levado em consideração.

Se durante o processo de recuperação o músculo não foi exposto a cargas progressivas, que devem envolver aumento do comprimento do músculo em velocidades crescentes e aumento da intensidade e do volume dos exercícios, não há remodelação adequada.

Nessa condição o atleta pode não sentir dor nas suas atividades de vida diária, mas o fato do músculo não estar com suas propriedades contráteis e elásticas totalmente recuperadas pode fazer com que, numa solicitação mais “abrupta” do músculo, o mesmo não responda de forma adequada, podendo, inclusive, haver reincidência da lesão.

Uma condição importante no processo de recuperação é submeter gradativamente o atleta aos gestos motores inerentes ao seu esporte.

Fundamental que o atleta já possa, dentro do processo de recuperação, manter, dentro dos limites, o seu condicionamento físico.

Se a lesão não permite correr, mas permite pedalar, ou se ainda não é possível chutar uma bola, mas é possível fazer exercícios de resistência muscular. Ou seja, não é necessário esperar a recuperação plena para reiniciar condicionamento físico.


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