sexta-feira, 30 de maio de 2014

A influência da atividade física sobre a saúde mental de idosos







    O envelhecimento é um fenômeno biológico e psicológico que gera influência a nível familiar e social. O processo de envelhecimento caracterizado pela perda gradual das funções orgânicas, onde o idoso retém sua capacidade intelectual e física em níveis aceitáveis, é chamado de senescência. E quando os sinais de degeneração muito intensos aparecem, ocorre o envelhecimento patológico, chamado senilidade.



    O ciclo da vida humana é uma dinâmica comportamental, que cada indivíduo passa fase a fase, onde não se deve esquecer a concepção de ser humano lembrando de sua constituição e estruturação física e psicológica.



    A qualidade de vida na terceira idade pode ser influenciada por alguns aspectos, tais como: o aspecto físico, que é caracterizado pelo crescente declínio das funções dos sistemas fisiológicos comprometendo a saúde; o aspecto psicológico, caracterizado por perdas na auto-imagem e auto-estima. Essas perdas são significativas devido ao envelhecimento, no sentido de se sentirem inúteis, pouco estimados e respeitados; e no aspecto social, a sociedade aliena o idoso do processo social.



    A faixa populacional que tende a sofrer com transtornos psicológicos são os idosos. E o maior problema por eles enfrentado é a depressão psíquica.



    A depressão é caracterizada por tristeza, baixa da auto-estima, pessimismo, desesperança e desespero. Seus sintomas são, fadiga, irritabilidade, retraimento e pensamentos de suicídio. O comportamento depressivo é considerado uma resposta inadaptada a alguma perda.



    Os diversos transtornos da vida como: perdas afetivas, aposentadoria, afastamento de atividades profissionais, sociais e familiares e dificuldades econômicas podem levar a problemas de saúde mental.



        À medida que uma pessoa experimenta a situação de isolamento, as chances de aumentar a depressão são maiores. Existem evidências de que idosos internos apresentam maiores índices de depressão do que os não internos, que a boa saúde física e mental em idosos tem estreita relação 15 e de que as atividades sociais refletem de modo positivo no bem-estar físico e emocional desses indivíduos.

    A auto-estima está continuamente sendo ameaçada no idoso. E dentre os fatores que podem promove-la destacam-se, principalmente, a saúde física, que favorece a independência; a saúde psicológica, que permite reagir com mecanismos de enfrentamento e defesa; pessoas que as permitem convivência e não isolamento; e segurança econômica, para suprir suas necessidades básicas.



    A saúde mental do idoso está sustentada na percepção de ter sido útil e produtivo para sua família e sociedade. A aceitação da terceira idade como parte do ciclo da vida é um modo de aceitar a velhice. Quando essa aceitação não ocorre, a negatividade sobre si mesmo favorece ao quadro depressivo.



    A depressão moderada em idosos, quando ocorre devido à falta de estímulo e não a uma causa intrínseca, pode ser atenuada quando possibilitamos ao idoso algo que ele gostaria de fazer.



    A depressão é comum em indivíduos idosos e tem relação íntima com o declínio físico posterior. Foi encontrada a relação de que, quanto mais sintomas, maior a deterioração física. Assim como pacientes com bom estado de rendimento físico sem incapacidades, à gravidade dos sintomas depressivos, puderam preceder a diminuição do desempenho físico.
    


    Exercícios físicos regulares tem influência no tratamento de doenças crônicas assim como na melhoria do bem estar geral. Exercícios de intensidade moderada a intensa, com duração prolongada, podem estar associados com a diminuição dos sintomas de depressão não psicótica. Essa melhora foi observada paralelamente ao melhor índice de aptidão cardiovascular.






A MEDICINA DO EXERCÍCIO ACONSELHA: Pessoas fisicamente ativas, em qualquer idade, apresentarem uma melhor saúde mental do que sedentários.




Dr. Bruno Noronha (Medicina do Esporte e Fisiologia do Exercício)

    



quinta-feira, 22 de maio de 2014

CREATINA E EXERCÍCIO








Nestes últimos anos a Creatina tem se notabilizado como uma das grandes fontes de energia, com aumento de potência e massa muscular, efeitos muito desejados em diversas modalidades esportivas e em academias de ginástica.



Podendo ser sintetizada no fígado, rins e pâncreas, com a utilização de 03 aminoácidos: Glicina, Arginina e Metionina, além disso, pode ser obtida na dieta normal, sendo a carne rica em creatina, contendo cerca de 5 g/kg.



O corpo humano possui cerca de 120g de cretina, sendo que 95% desse total é encontrado nos músculos esqueléticos, onde 60% dessa creatina está fosforilada, formando estoques de fosfocreatina, um composto altamente energético.



A suplementação de 20-30g de creatina / dia aumenta em 20% o conteúdo muscular de fosfocreatina, porém 40 a 68% da creatina consumida são excretadas pelos rins, portanto os cuidados e monitoramento das funções renais se tornam indispensáveis durante o uso da substância.



A concentração normal de creatina é de 125 mmol/ kg de tecido, chegando ao máximo de 160 mmol/ kg de tecido, ou seja, em um praticante com níveis já elevados da substância pela alimentação, dificilmente se beneficiaria de suplementação.



Há de ser observado sempre que as necessidades de suplementação forem muito bem avaliadas e com critérios de exames de laboratório que possam realmente afirmar sem sombra de dúvidas que existem necessidade e benefício físico, sem comprometimento da saúde.



Determinadas pesquisas demonstram que o excesso de creatina em ratos experimentais, ou seja, concentrações crônicas, diminuem a expressão gênica dessa proteína transportadora, denominada de CreaT, prejudicando desta forma em médio e longo prazo a performance esportiva.



O aumento da biodisponibilidade de creatina não implica necessariamente em benefícios para o desempenho, pois a suplementação não melhora a capacidade aeróbica e pode até influenciar negativamente em provas de longa distância, pela retenção de líquidos, que reflete no aumento de peso corporal total, aumentando assim o desgaste físico.



Estudo feito com atletas de futebol americano que foram suplementados com 15,75 g/ dia durante 28 dias em microciclo de treinamento para incremento de massa muscular, finalizando com potência muscular localizada, observou-se significativo aumento da capacidade física específica nestes atletas.



O fato é que não se pode nem se deve imaginar que a substância por si só trará ganhos individuais a todos que a usarem, pois na verdade cada indivíduo apresentará um comportamento metabólico e manifestará de forma diferenciada os benefícios e efeitos colaterais que porventura ocorram.



Cada modalidade esportiva e as diferentes necessidades metabólicas e suas demandas têm de ser observadas para o uso diferenciado e ideal para os grupos específicos de atletas, desta forma alcançando efeitos positivos para o treinamento e competições.





A MEDICINA do EXERCÍCIO ACONSELHA: Não use suplementos alimentares sem prescrição médica.




 Dr. Bruno Noronha (Medicina do Esporte e Fisiologia do Exercício)



segunda-feira, 12 de maio de 2014

CONSUMO DE FIBRAS E AMIDO RESISTENTE








A fibra alimentar é uma fração complexa composta por um conjunto de substâncias presentes nos alimentos vegetais, representados pela soma de lignina e polisacarídeos (celulose, hemicelulose, pectina, mucilagem e goma), sendo estes classificados segundo sua solubilidade em água.



            O amido resistente é definido como a fração do amido que não é digerida no intestino delgado e sua faixa de absorção varia entre 3 a 20%, quando sua faixa de digestão decresce, a glicose pós-prandial e a resposta insulinêmica são diminuídas na proporção direta.



            A natureza desta fração do amido está constituída por diferentes tipos, dos quais se classificam em função de sua estrutura físico-química e susceptibilidade a digestão intestinal.



Existem, portanto quatro tipos de amido resistente:


tipo I (amido fisicamente inacessível na matriz do alimento, fundamentalmente pelas paredes celulares e proteínas);


tipo II (encontra-se em alimentos não coccionados, como banana e batatas cruas);


tipo III (que se forma quando o amido sofre retrogradação, estando presente nas batatas frescs e cozidas, cereais matinais e pão); e


tipo IV (amido quimicamente modificado resistente às enzimas).




            Alguns fatores afetam a formação do amido resistente, como por exemplo, métodos de conservação do alimento (refrigeração, congelação, defumação), processos culinários (fritura, cocção, micoondas) e outros que ocorrem entre seus constituintes como a sua origem botânica, o estado da parede, do grânulo e a presença de outros nutrientes constituintes do alimento.

            A propriedade de sofrer fermentação no cólon, a resistência a digestão no intestino delgado e o grau de desintegração durante o processamento e a mastigação, influenciam nos seus efeitos fisiológicos no organismo humano.



            A fermentação gera produtos que aumentarão a acidez do cólon, parecendo exercer efeitos protetores, essas substâncias também provêm certa quantidade de energia, que será usada como reserva energética para proliferação de bactérias benéficas ao cólon.



            Estima-se que o consumo de 20g / dia possa oferecer mecanismos preventivos em transtornos relacionados à dislipidemias, diabetes, obesidade, alterações cardiovasculares e alguns tipos de câncer, influenciando pois, no balanço energético, por um mecanismo envolvendo o aumento da excreção de gordura.



            As fibras mantêm efeitos importantes do ponto de vista fisiológico, por sua importância em manter o trofismo intestinal e a integridade estrutural da mucosa, servindo desta forma como barreira imunológica, prevenindo a translocação bacteriana.



            Na fermentação das fibras acontece produção de ácidos graxos de cadeia curta - AGCC (acético, propiônico, butírico), estes estão particularmente envolvidos na regulação de divisão e morte celular, sustentando o ritmo normal de renovação, essencial para garantir trocas constantes do epitélio digestivo, além do aumento da viscosidade do conteúdo entérico, estimulando assim a divisão celular.
           



           
A MEDICINA do EXERCÍCIO ACONSELHA: As pessoas na maioria das situações alimentam-se bem...... e nutrem-se mal!!!!




 Dr. Bruno Noronha
 (Medicina do Esporte e Fisiologia do Exercício)




segunda-feira, 5 de maio de 2014

IMPACTO DOS ALIMENTOS FUNCIONAIS PARA SAÚDE







            Atualmente o consumo excessivo de gorduras, açúcar, sal e a diminuição do consumo de fibras vegetais, ácidos graxos polinsaturados, proteínas de alto valor biológico, vitaminas, cálcio, ferro, iodo, flúor, selênio e zinco. Este estado nutricional carente reflete no alto índice de doenças crônico degenerativas.



            A situação é tão grave que dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) mostram que essas doenças são responsáveis por 70-80% da mortalidade nos países desenvolvidos e cerca de40% naqueles em desenvolvimento.



            A melhor saída para esses números preocupantes é o aumento do consumo de grãos, vegetais, fazendo com que a população siga as regras que Hipócrates propagou milênios atrás.



            Entre os alimentos funcionais mais investigados hoje, destacam-se a soja, o tomate, os óleos de peixes, linhaça, as crucíferas (brócolis, couve de bruxelas, repolho), alho, cebola, frutas cítricas, chá verde, uvas/ vinho tinto, cereais, prebióticos e probióticos, sendo importantes aliados pois além de nutrir possuem componentes ativos capazes de produzir efeitos metabólicos e/ ou benéficos sobre a saúde.



            De acordo com a legislação brasileira, Resolução 18 e 19 de 30 de abril de 1999 da Vigilância Sanitária, o termo correto é definir os alimentos funcionais como alimentos com propriedades funcionais com benefícios diretos na saúde do consumidor/ paciente.



            Os probióticos são aqueles organismos vivos que quando ingeridos em determinado número exercem efeitos benéficos para a saúde, atuando fundamentalmente no equilíbrio bacteriano intestinal, controle de colesterol, redução do risco de certos cânceres.



            O meio de atuação desses microorganismos se refere inibição que estes exercem na colonização do intestino por bactérias patogênicas, ou seja, que causam doenças e distúrbios gastrintestinais. Isto ocorre pela produção de substâncias bactericidas, disputa por nutrientes, alteração do metabolismo microbiano, estimulação do sistema imunológico e acima de tudo, a melhora da adesão intestinal e absorção de nutrientes.



            Os probióticos devem acrescentar algumas características fundamentais: serem habitantes normais do intestino; reproduzir-se rapidamente; produzirem substâncias antimicrobianas; resistirem ao tempo de fabricação, comercialização e ingestão, de forma ao produto chegar ao intestino do paciente ainda com os microorganismos vivos.



            Essas substâncias podem ser adquiridas em produtos industrializados presentes no mercado ou podem ser encontrados em forma de pó e cápsulas, sempre observando critérios clínicos e laboratoriais para que sirva de tratamento associado, e terapêutica medicamentosa rigorosamente colocada à disposição pelo médico, que ai atender o paciente, disponibilizará alternativas para mudança e re-educação alimentar.



            Melhora quadros de intolerância a lactose através de Lactobacilos que produzem a beta galactose aumentando a digestibilidade e melhorando o funcionamento intestinal do ponto de vista absortivo e funcional.



            Uma vida saudável não está relacionada somente com os alimentos que estão sendo ingeridos, mas faz parte de todo um contexto, no qual estilo de vida, hereditariedade e interferência do meio ambiente, saúde mental e prática de exercícios físicos regulares, sempre fazem a diferença na promoção da saúde.

           


            A MEDICINA do EXERCÍCIO ACONSELHA:

O alimento que você ingere, pode prejudicar ou melhorar sua saúde. É com você a escolha...




 Dr. Bruno Noronha

(Medicina do Esporte e Fisiologia do Exercício)