O maior
problema enfrentado pelos portadores de necessidades especiais - Nanismo, além
do preconceito, é o fato de viverem em cidades não planejadas para minimizar,
no sentido literário da palavra, os percalços enfrentados por esses cidadãos.
No mais, são pessoas que podem fazer quase tudo que estiver realmente ao seu
alcance.
O nanismo
pode acometer qualquer pessoa, mesmo que sem antecedentes na família. O nanismo
pode ser proporcional ou desproporcional. As causas podem ser endócrinas
(distúrbios relacionados à produção de hormônio do crescimento) e também por
mutação genética, como no caso da acondroplasia, hipocondroplasia e nanismo
distrófico.
Embora quem
não tenha casos de nanismo na família possa ter filhos anões, o contrário
necessariamente não é verdadeiro, ou seja, nem todo anão irá gerar filhos
anões.
No Brasil a
cidade de Itabaininha - SE apresenta grande número de sua população composta de
anões, em proporção de a cada 300 nascimentos 01 ser portador de nanismo, algo
a ser pesquisado e ainda uma incógnita, bem como a família de origem judia -
Ovitz, que na época da segunda guerra mundial, foi cruelmente estudada por
cientistas nazistas.
O tamanho
não nos preocupa, mas sua invisibilidade, afinal pouco se sabe sobre esse grupo
especial e isso compromete a sua qualidade de vida, afinal são portadores de
encurtamento de extremidades, alargamento de região frontal, em certos casos
com aumento concomitante do perímetro cefálico, hipotonia muscular, compressão
da medula cervical, em muitos casos obesidade e todos os fatores que são
somados ao sedentarismo, devido ausência de opções para realizar atividade
física supervisionada.
Para
melhorar a qualidade de vida são orientados exercícios de baixo impacto, mas realizado
de forma consciente e preservando a integridade e aptidões físicas dos anões o
futebol se mostra muito importante, pois além do aspecto físico, envolve também
a inclusão social desses praticantes, que viram personalidades, tais quais os
atletas de futebol profissional.
2- OBJETIVO
A lei 5.296
/ 04, de 02 de dezembro de 2004, inclui o nanismo como portador de necessidades
especiais (deficiente físico). O grupo foi montado com o intuito de promover a
verdadeira democratização do esporte, além de promover um estudo mais detalhado
das capacidades físicas e clínicas dessa população de forma a Medicina do
Esporte poder interagir de forma mais precoce e efetiva na profilaxia dos
distúrbios secundários.
3- METODOLOGIA
Foram
convidados via rádio, televisão e jornais de grande circulação no estado do
Pará, todos os portadores de nanismo que pretendessem treinar futebol de forma
orientada e supervisionada por comissão técnica, para comporem a equipe dos
Gigantes do Norte.
Atualmente
mantém-se um grupo de 22 atletas, com faixa etária que varia de 14 a 40 anos, todos portadores
de nanismo, exceto o goleiro, que por motivos anatômicos assume a posição, a
equipe mantém ritmo de treinamento 03 vezes na semana, com duração de 01 hora e
30 minutos aproximadamente, envolvendo exercícios de força, resistência,
potência muscular, condicionamento aeróbico e flexibilidade geral e específica.
Os jogos são realizados aos finais de semana contra equipes de sub-15, sub-13,
ou em apresentações que envolvem todos da equipe divididos em dois times.
A comissão
técnica é composta por: treinador, treinador de goleiros, preparador físico, médico
do esporte, enfermeiro, fisioterapeuta, que são acadêmicos de Educação Física,
Fisioterapia e Medicina devidamente monitorados por preceptores.
4- DISCUSSÃO
Existem
alguns mecanismos que ajudam a manter uma boa qualidade de vida e inclusive
incrementar alguns aspectos fisiológicos e morfológicos, importantes na
manutenção de um bom estado geral de saúde. Dispomos de alguns alimentos ricos em vitamina A , zinco,
ferro, proteínas, devido algumas manifestações serem de caráter nutricional.
A grande
escritora brasileira Clarice Lispector, a quando de seu livro “A menor mulher
do mundo”, retrata alguns aspectos que dificultam o modo de vida e situam esse
grupo de forma ainda estigmatizada, como pessoas velhas em corpo de crianças ou
simplesmente os afastando da convivência com outras pessoas.
Já temos
exemplos de atletas nas modalidades de natação, atletismo, assim como em
esportes radicais tipo montanhismo e rafting. Mostrando que a deficiência
reside muito mais nos preconceitos do que nas verdadeiras habilidades
esportivas ainda encobertas pelo manto da vergonha.
5- CONCLUSÃO
Propomos o
início de programas especiais e supervisionados para ampliar o número de
praticantes de atividade física portadores de necessidade especial, de forma a
transformarmos a comunidade esportiva brasileira num exemplo de dignidade
humana, profilaxia e manutenção da saúde, além do surgimento de novos talentos
para futuras competições para-olímpicas.
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