quinta-feira, 28 de novembro de 2013

RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS PARA GESTANTES


A gestação compreende um período de grande vulnerabilidade para a mãe, em razão das várias transformações em seu corpo, e para o feto, em razão do seu crescimento e desenvolvimento. Tais modificações implicam em aumento nos requerimentos de macro e micronutrientes.

As quantidades de energia, proteínas e demais nutrientes são mais elevadas a fim de atender as necessidades para o desenvolvimento do feto e da formação de estruturas maternas durante a gestação (placenta, útero, glândulas mamárias e sangue), assim como a constituição de depósitos energéticos da mãe utilizados durante o parto e lactação.

As necessidades energéticas variam de acordo com o peso pré-gestacional, quantidade e composição do ganho de peso, estágio da gravidez, nível de atividade física e aumento do metabolismo basal.

Para avaliação do peso corpóreo, têm sido recomendados diferentes métodos, dentre os quais se destaca a utilização do índice de massa corpórea (IMC) pré-gestacional. O IMC é calculado utilizando-se o peso em quilogramas, dividido pela estatura em metros ao quadrado.

Nas recomendações atuais, do ponto de vista calórico, temos de adicionar 300 calorias à dieta normal, com início no segundo trimestre de gestação.

Mulheres que iniciam a gravidez com baixo peso ou adolescentes, devem aumentar as mesmas 300 calorias desde o início do processo. Por outro lado quem a inicia com sobrepeso ou obesidade, nenhum aumento é recomendado, sendo importante acompanhar a evolução da gestante, o que permitirá nortear as orientações dietéticas.

Em relação as proteínas, a ingestão deve ser aumentada em razão de sua contribuição específica para o crescimento e porque uma dieta pobre neste nutriente, quase sempre, provoca carência de outras substâncias.

No feto, através de processos que envolvem enzimas e ATP, formam-se as cadeias peptídicas que originam as proteínas, as quais são utilizadas na formação das membranas, líquido amniótico e placenta, e no crescimento dos tecidos maternos, com ingestão diária de 60 a 70g.

Os glicídios, representados principalmente pela glicose, constituem a principal fonte de energia que o feto dispõe, devido esta substância atravessar com facilidade a barreira placentária, ficando armazenada no coração, fígado e músculos esqueléticos, sob a forma de glicogênio, sendo mobilizada de acordo com as necessidades, devendo apresentar um consumo diário de 300g.

Os lipídios são fonte energética acessória e têm pouca influência sobre o crescimento fetal, devendo ser ingeridos em torno de 50 a 120 g/dia.

As vitaminas, cruzando a barreira placentária por mecanismos não esclarecidos, principalmente no terceiro trimestre de gestação, participam de sistemas enzimáticos fetais.

Alguns estudos demonstram distúrbios maternos e prejuízo na evolução do processo gestacional (anemia, abortamento, hemorragia retroplacentária, descolamento prematuro de placenta, rotura prematura de membranas), além de alterações fetais (complicações ao nascimento, déficit mental e alterações no tubo neural), conseqüentes a deficiência de algumas vitaminas.

Recomenda-se inserir na dieta da gestante, entre outras, as vitaminas B6, B12, C, D, E, K, ácido fólico e ácido nicotínico, em quantidades individuais e previamente estabelecidas.

Os minerais são necessários em pequenas quantidades e participam como co-fatores de sistemas enzimáticos. Dentre eles destaca-se o ferro, cuja demanda é aumentada devido a importantes alterações hematológicas e as necessidades fetais, acrescenta-se também sódio, cálcio, iodo, zinco, fósforo, flúor e magnésio em doses específicas e cuidadosamente elaboradas.

Os requerimentos nutricionais na gestação são mais qualitativos do que quantitativos, pois a proporção de aumento para proteínas, vitaminas e minerais é significativamente mais elevada quando comparada com a energia.

Os suplementos alimentares são efetivamente um grande recurso para garantir o aporte adequado de nutrientes, porém têm que ser aqueles indicados para a gestação, pois apresentam quantidades seguras à saúde da gestante e do feto.

Esses suplementos diferem nas quantidades de cada nutriente, portanto o especialista ao prescrevê-los deve verificar qual se adapta melhor a cada paciente individualmente.

A MEDICINA DO EXERCÍCIO LEMBRA: 
Gestação não é doença, movimente seu corpo.

sábado, 23 de novembro de 2013

FITOQUÍMICOS - SUBSTÂNCIAS PROTETORAS NOS ALIMENTOS


A cada dia a dietoterapia se instala como uma importante ferramenta no combate as doenças cardiovasculares, metabólicas e diversos distúrbios orgânicos.

Os fitoquímicos nada mais são que substâncias encontradas nas plantas e biologicamente ativas, com efeitos protetores, combatendo radicais livres, minimizando os efeitos oxidativos.

Tem como maior grupo os compostos fenólicos, que incluem plantas flavonóides, como as catequinas, encontradas em chás e vinho tinto; polifenóis como o camosol em folhas de alecrim; e cúrcuma no curry e mostarda; cereais são ricos em ácidos fenólicos, fitosterinas, saponinas e fitoestrogênios.

Os fitosteróis, conhecidos como esteróis vegetais, são um extrato vegetal natural de sementes de girassol e grãos de soja, sendo importantes na manutenção da estrutura e função da membrana celular, os mais comuns são: sitosterol, campesterol e estigmasterol, com importantes evidências de terem reduzido os índices de LDL- colesterol. Para tanto precisam ser encampados na micela, ou caso contrário serão excretados nas fezes.

Durante a última década foram realizados vários estudos experimentais e epidemiológicos mostrando que grãos, vegetais e frutos, que contêm uma gama de substâncias potencialmente quimioprofiláticas. As evidências de que os fitoquímicos possam exercer poder específico na prevenção de doença são grandes.

Nos Estados Unidos o FDA (Food and Drug Adminitration) realizou revisão completa, concluindo que ésteres de fitosteróis são componentes alimentares funcionais GRAS (Generally Recognized As Safe), ou seja, aptos a serem utilizados como alimentos funcionais.

Na Amazônia, em especial no estado do Pará, a quantidade de frutas regionais, de características marcantes, com seus sabores e consistências diferenciadas e ainda contendo uma infinidade de substâncias ativas já reconhecidas pelos sistemas de saúde e outros ainda ocultos aos olhos da Ciência.
  • AÇAÍ: ferro,pigmentos de fitosteróis, vitaminas C, B1, B2 e fibras.
  • BACURI: fósforo e vitaminas A e C.
  • CUPUAÇU: antioxidantes e vitaminas A, B1, B2 e C e pectina.
  • MANGA: rica em minerais e vitaminas C, B5, A e antioxidantes. Possui também uma boa quantidade de ferro, magnésio e potássio.
  • CAQUI: rica em proteínas, cálcio, ferro e licopeno.
  • ABACAXI: rica em proteínas, cálcio, ferro e licopeno.Este suco natural possui cerca de 12% de açúcar (frutose).
  • GRAVIOLA: contém uma boa quantidade de proteínas, gorduras, carboidratos, vitaminas C e B, potássio e fósforo.
  • ARAÇÁ: possui vitamina A, B, C, além de altas taxas de proteína e carboidratos.
  • PUPUNHA: ricos em vitamina A, manganês e zinco, além expressivo teor de proteínas e amidos, podem ser comidos cozidos em água e sal e se prestam também à extração de óleo.

Mas sempre cuidados com os excessos, pois isso acontece com a Castanha do Pará. A recomendação para ingestão da fruta é de uma por dia, mas é comum o paraense comprar nas esquinas da capital aqueles saquinhos com uma quantidade considerável da fruta, que acaba sendo consumida em poucos minutos.

Se por um lado a castanha é rica em selênio, mineral que ajuda a prevenir o câncer, ela também contém bário (1800 mg/fruto), mineral de alta densidade, que, em quantidades elevadas, é considerado contaminante ao organismo humano.

Ao comparar os valores de ferro, manganês e zinco, obtidos na Castanha do Pará e na pupunha analisadas no Laboratório da Faculdade de Química da UFPA, com os valores apresentados na Tabela Brasileira de Composição de Alimentos da Universidade de Campinas em 2004, constatou-se que a concentração dos referidos elementos químicos nos alimentos da Amazônia é muito mais elevada do que nas frutas mais comuns e nacionalmente mais consumidas, como carambola, goiaba vermelha, jaca, acerola, tangerina, laranja e jambo.

As potencialidades das frutas e dos alimentos típicos da região precisam ser divulgadas para que haja o maior aproveitamento possível do elemento essencial que contêm e a forma adequada de ingestão, sem que ocorram contaminações por outros elementos químicos também presentes nestas frutas.

Outro fator que precisa ser investigado é em que parte do alimento a substância está concentrada. No caso da Castanha do Pará, ainda é preciso determinar se o selênio está contido na polpa ou na película que a envolve. Assim, não adiantaria comer a polpa em excesso e descartar a película.

A MEDICINA DO EXERCÍCIO INDICA:
Além das frutas regionais o leite de búfala, da Ilha do Marajó,
é rico em cálcio, magnésio, manganês e zinco.
            

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

ORGANIZAÇÃO, ESPORTE, DINÂMICA E DESENVOLVIMENTO DE COMUNIDADES SÓCIO-ESPORTIVAS: ATLETAS DE FUTEBOL PORTADORES DE NANISMO – GIGANTES DO NORTE


1- INTRODUÇÃO
           

            O maior problema enfrentado pelos portadores de necessidades especiais - Nanismo, além do preconceito, é o fato de viverem em cidades não planejadas para minimizar, no sentido literário da palavra, os percalços enfrentados por esses cidadãos. No mais, são pessoas que podem fazer quase tudo que estiver realmente ao seu alcance.

            O nanismo pode acometer qualquer pessoa, mesmo que sem antecedentes na família. O nanismo pode ser proporcional ou desproporcional. As causas podem ser endócrinas (distúrbios relacionados à produção de hormônio do crescimento) e também por mutação genética, como no caso da acondroplasia, hipocondroplasia e nanismo distrófico.

            Embora quem não tenha casos de nanismo na família possa ter filhos anões, o contrário necessariamente não é verdadeiro, ou seja, nem todo anão irá gerar filhos anões.

            No Brasil a cidade de Itabaininha - SE apresenta grande número de sua população composta de anões, em proporção de a cada 300 nascimentos 01 ser portador de nanismo, algo a ser pesquisado e ainda uma incógnita, bem como a família de origem judia - Ovitz, que na época da segunda guerra mundial, foi cruelmente estudada por cientistas nazistas.

            O tamanho não nos preocupa, mas sua invisibilidade, afinal pouco se sabe sobre esse grupo especial e isso compromete a sua qualidade de vida, afinal são portadores de encurtamento de extremidades, alargamento de região frontal, em certos casos com aumento concomitante do perímetro cefálico, hipotonia muscular, compressão da medula cervical, em muitos casos obesidade e todos os fatores que são somados ao sedentarismo, devido ausência de opções para realizar atividade física supervisionada.

            Para melhorar a qualidade de vida são orientados exercícios de baixo impacto, mas realizado de forma consciente e preservando a integridade e aptidões físicas dos anões o futebol se mostra muito importante, pois além do aspecto físico, envolve também a inclusão social desses praticantes, que viram personalidades, tais quais os atletas de futebol profissional.



2- OBJETIVO


            A lei 5.296 / 04, de 02 de dezembro de 2004, inclui o nanismo como portador de necessidades especiais (deficiente físico). O grupo foi montado com o intuito de promover a verdadeira democratização do esporte, além de promover um estudo mais detalhado das capacidades físicas e clínicas dessa população de forma a Medicina do Esporte poder interagir de forma mais precoce e efetiva na profilaxia dos distúrbios secundários.


3- METODOLOGIA

            Foram convidados via rádio, televisão e jornais de grande circulação no estado do Pará, todos os portadores de nanismo que pretendessem treinar futebol de forma orientada e supervisionada por comissão técnica, para comporem a equipe dos Gigantes do Norte.


            Atualmente mantém-se um grupo de 22 atletas, com faixa etária que varia de 14 a 40 anos, todos portadores de nanismo, exceto o goleiro, que por motivos anatômicos assume a posição, a equipe mantém ritmo de treinamento 03 vezes na semana, com duração de 01 hora e 30 minutos aproximadamente, envolvendo exercícios de força, resistência, potência muscular, condicionamento aeróbico e flexibilidade geral e específica. Os jogos são realizados aos finais de semana contra equipes de sub-15, sub-13, ou em apresentações que envolvem todos da equipe divididos em dois times.


            A comissão técnica é composta por: treinador, treinador de goleiros, preparador físico, médico do esporte, enfermeiro, fisioterapeuta, que são acadêmicos de Educação Física, Fisioterapia e Medicina devidamente monitorados por preceptores.


4- DISCUSSÃO

            Existem alguns mecanismos que ajudam a manter uma boa qualidade de vida e inclusive incrementar alguns aspectos fisiológicos e morfológicos, importantes na manutenção de um bom estado geral de saúde. Dispomos de alguns alimentos ricos em vitamina A, zinco, ferro, proteínas, devido algumas manifestações serem de caráter nutricional.

            A grande escritora brasileira Clarice Lispector, a quando de seu livro “A menor mulher do mundo”, retrata alguns aspectos que dificultam o modo de vida e situam esse grupo de forma ainda estigmatizada, como pessoas velhas em corpo de crianças ou simplesmente os afastando da convivência com outras pessoas.

            Já temos exemplos de atletas nas modalidades de natação, atletismo, assim como em esportes radicais tipo montanhismo e rafting. Mostrando que a deficiência reside muito mais nos preconceitos do que nas verdadeiras habilidades esportivas ainda encobertas pelo manto da vergonha.


5- CONCLUSÃO

            Propomos o início de programas especiais e supervisionados para ampliar o número de praticantes de atividade física portadores de necessidade especial, de forma a transformarmos a comunidade esportiva brasileira num exemplo de dignidade humana, profilaxia e manutenção da saúde, além do surgimento de novos talentos para futuras competições para-olímpicas.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

MOTIVOS PREVALENTES PARA INÍCIO DA PRÁTICA ESPORTIVA ENTRE ATLETAS MASTER DE NATAÇÃO


Bruno Tamegão Lopes de Noronha,  Karla Cynara Pinheiro Lima,  Caroline Santos Constante, Clívia Cristhine Amaral Bandeira,  Ana Larissa Pinheiro Muniz, Camilo Ferreira Ramos.
1) Clínica do Movimento / Pelvic Clinic, Fortaleza-CE, Brasil. 2) Escola Superior da Amazônia, Belém-PA, Brasil. 2) Universidade do Estado do Pará, Belém-PA, Brasil. 3) Centro Universitário do Pará, Belém-PA, Brasil.

O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial e provoca uma perda estrutural e funcional progressiva no organismo. 

Uma das formas de desaceleração do envelhecimento e de diminuição das enfermidades associadas é a prática de atividade física regular.

A prática da natação colabora para desenvolvimento nos campos físico, psíquico, social, recreativo, preventivo e terapêutico. Este estudo propõe compreender as razões que levam indivíduos acima de 30 anos a iniciar esta prática esportiva.

Foram entrevistados 200 atletas participantes do XII Campeonato Norte Nordeste Centro-Oeste Masters de Natação no ano de 2005 em Belém, Pará, onde se indagou os motivos que os levaram a iniciarem ainda que tardiamente a prática esportiva.

Dentre os pesquisados e realizada análise, percebeu-se que 84% relataram ter iniciado a prática da natação em conseqüência de patologias e 16% relataram outros motivos, como estética, prevenção de doenças crônico-degenerativas e incremento da qualidade de vida.

A maioria das pessoas que procuram tardiamente uma atividade física aquática o faz devido às patologias pré-existentes que têm no esporte uma oportunidade de melhora do estado geral de saúde.

Foram entrevistados 200 atletas participantes do XII Campeonato Norte Nordeste Centro-Oeste Masters de Natação no ano de 2005 em Belém, Pará, onde se indagou os motivos que os levaram a iniciarem ainda que tardiamente a prática esportiva.

Dentre os pesquisados e realizada análise, percebeu-se que 84% relataram ter iniciado a prática da natação em conseqüência de patologias e 16% relataram outros motivos, como estética, prevenção de doenças crônico-degenerativas e incremento da qualidade de vida.

A maioria das pessoas que procuram tardiamente uma atividade física aquática o faz devido às patologias pré-existentes que têm no esporte uma oportunidade de melhora do estado geral de saúde.

Dentre os pesquisados e realizada análise, percebeu-se que 84% relataram ter iniciado a prática da natação em conseqüência de patologias e 16% relataram outros motivos, como estética, prevenção de doenças crônico-degenerativas e incremento da qualidade de vida.

A maioria das pessoas que procuram tardiamente uma atividade física aquática o faz devido às patologias pré-existentes que têm no esporte uma oportunidade de melhora do estado geral de saúde.

A maioria das pessoas que procuram tardiamente uma atividade física aquática o faz devido às patologias pré-existentes que têm no esporte uma oportunidade de melhora do estado geral de saúde.

Contudo, iniciar mais cedo no esporte, pode agir como fator profilático até mesmo para as próprias patologias que virão acometer os pacientes.

domingo, 10 de novembro de 2013

CONSUMO DE FIBRAS E AMIDO RESISTENTE


A fibra alimentar é uma fração complexa composta por um conjunto de substâncias presentes nos alimentos vegetais, representados pela soma de lignina e polisacarídeos (celulose, hemicelulose, pectina, mucilagem e goma), sendo estes classificados segundo sua solubilidade em água.

O amido resistente é definido como a fração do amido que não é digerida no intestino delgado e sua faixa de absorção varia entre 3 a 20%, quando sua faixa de digestão decresce, a glicose pós-prandial e a resposta insulinêmica são diminuídas na proporção direta.

A natureza desta fração do amido está constituída por diferentes tipos, dos quais se classificam em função de sua estrutura físico-química e susceptibilidade a digestão intestinal.

Existem, portanto quatro tipos de amido resistente:

  • Tipo I (amido fisicamente inacessível na matriz do alimento, fundamentalmente pelas paredes celulares e proteínas);
  • Tipo II (encontra-se em alimentos não coccionados, como banana e batatas cruas);
  • Tipo III (que se forma quando o amido sofre retrogradação, estando presente nas batatas frescas e cozidas, cereais matinais e pão); e
  • Tipo IV (amido quimicamente modificado resistente às enzimas).

Alguns fatores afetam a formação do amido resistente, como por exemplo, métodos de conservação do alimento (refrigeração, congelação, defumação), processos culinários (fritura, cocção, micoondas) e outros que ocorrem entre seus constituintes como a sua origem botânica, o estado da parede, do grânulo e a presença de outros nutrientes constituintes do alimento.

A propriedade de sofrer fermentação no cólon, a resistência a digestão no intestino delgado e o grau de desintegração durante o processamento e a mastigação, influenciam nos seus efeitos fisiológicos no organismo humano.

A fermentação gera produtos que aumentarão a acidez do cólon, parecendo exercer efeitos protetores, essas substâncias também provêm certa quantidade de energia, que será usada como reserva energética para proliferação de bactérias benéficas ao cólon.

Estima-se que o consumo de 20g / dia possa oferecer mecanismos preventivos em transtornos relacionados à dislipidemias, diabetes, obesidade, alterações cardiovasculares e alguns tipos de câncer, influenciando pois, no balanço energético, por um mecanismo envolvendo o aumento da excreção de gordura.

As fibras mantêm efeitos importantes do ponto de vista fisiológico, por sua importância em manter o trofismo intestinal e a integridade estrutural da mucosa, servindo desta forma como barreira imunológica, prevenindo a translocação bacteriana.

Na fermentação das fibras acontece produção de ácidos graxos de cadeia curta - AGCC (acético, propiônico, butírico), estes estão particularmente envolvidos na regulação de divisão e morte celular, sustentando o ritmo normal de renovação, esencial para garantir trocas constantes do epitélio digestivo, além do aumento da viscosidade do conteúdo entérico, estimulando assim a divisão celular.

A MEDICINA DO EXERCÍCIO ADVERTE: 
As pessoas na maioria das situações
alimentam-se bem, mas nutrem-se mal.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

PREVALÊNCIA DE USO DE ESTERÓIDES ANABOLIZANTES EM PRATICANTES DE 06 ACADEMIAS DE GINÁSTICA DE BELÉM – PA


NORONHA, B.T.L.1; LIMA, K.C.P. 1; MUNIZ, A.L.P.2; RAMOS, C.F.3
1 - Fundação Luiz Dècourt – Clínica do Movimento, Belém (PA). 2 - Centro Universitário do Pará. 3 - Universidade do Estado do Pará.

Várias razões podem ser apontadas como razão do consumo elevado de esteróides anabolizantes: idealização do corpo, aceitação social, performance física, aceleração do desenvolvimento corporal etc. 

Porém, junto com os efeitos desejados (nem sempre encontrados) podem vir junto diversas reações patológicas do organismo, por vezes irreversíveis se não houver acompanhamento profissional. 

O objetivo deste estudo foi verificar a prevalência de uso de substâncias esteróides anabolizantes em jovens praticantes de musculação. 

A casuística foi de 60 pessoas (30 de cada sexo), na faixa etária compreendida entre 15 e 25 anos, frequentadores de academias de ginásticas de Belém (PA), que procuraram o consultório médico para avaliação clínica entre junho e outubro de 2009, esclarecidos a respeito do estudo e que aceitaram participar deste. 

Os pacientes foram oriundos de 06 academias e  40 (66,66%) referiram usar anabolizantes, sendo os mais citados: durateston, stanozolol, hemogenin, dianabol e oxandronolona via oral. 

A substância administrada por via oral (oxandronolona) foi prescrita por médico, as outras, contudo foram indicadas por educadores físicos, colegas de academia, internet, revistas e nutricionistas. 

A respeito da principal razão de uso de esteróides, nenhum paciente alegou ser atleta de alta performance, nem como atenção preventiva à saúde, a maioria alegou fazê-lo por motivo estético. 

O uso de substâncias como esteróides deve ser sempre acompanhada por um médico e feito em casos específicos sob risco de gerar agravos. 

As múltiplas fontes de conhecimento de nosso tempo acabam dando margem para o uso indiscriminado destas drogas, sendo proposta atenção específica da atenção primária da Saúde Pública sobre esta questão.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS - COMO E QUANDO UTILIZÁ-LOS?


Os suplementos nutricionais surgem na rotina do homem moderno e com isso a questão: Seriam esses suplementos necessários e aptos a corrigir qualquer falha nutricional ou exerceriam função farmacológica quando consumidos?


O surgimento dos suplementos se confunde no tempo com o início das pesquisas na área, já fazendo parte da história da nutrição.

Diversos são os fatores que podem determinar modificações nas necessidades diárias de cada nutriente. A condição de saúde ou a ocorrência de determinada doença conduz modificações nas necessidades nutricionais gerais e específicas. A atividade física determina aumento da demanda energética o que reflete diretamente nas necessidades de nutrientes.

A recomendação de ingestão diária norte-americana (RDA) é baseada em estudos das necessidades nutricionais que cubram a maior parte da população. Porém, ao abordarmos as necessidades individuais, devemos lembrar dos diversos fatores que possam atuar provocando desarmonia orgânica, como a atividade física e as doenças em geral.

Se considerarmos um atleta na competição do Ironman, atividade de longa duração, onde os indivíduos se exercitam por aproximadamente 10 horas, com um gasto calórico total em torno de 6000 kcal; ou a RAAM (Race Across America), onde quatro ciclistas se revezam, durante 5 dias, com gasto calórico aproximado de 9000kcal. Não podem ser feitas comparações com um atleta de 100m livres na natação, com um praticante de academia de ginástica ou um sedentário com pressão alta.

As respostas metabólicas e funcionais são de todo distintas, com as manifestações sendo individuais e específicas, mesmo nos participantes da mesma modalidade esportiva.
A difusão da prática regular de diversos tipos de atividade física fazem com que as necessidades de nutrientes dos indivíduos seja amplamente alteradas, distante da população em geral.

As especulações em torno de suplementação datam do quinto século antes de Cristo, quando o lutador greco-romano Milo da cidade de Croton, reportou ter ingerido em um único dia 9kg de carne, 9kg de pão e 8,5l de vinho, tendo atribuído a essa manipulação nutricional o sucesso em suas lutas.

Em 1995, ficou evidenciado que suplemntação com aspartato, asparagina e carnitina, poderiam aumentar a resistência ao esforço em ratos treinados em atividade física moderada. Entretanto, promoveu aumento da resistência periférica a insulina, simulando quadro semelhante ao diabete, em ratos sedentários.

A Secretaria de Vigilância Sanitária, pela portaria n.31 de 13 de janeiro de 1998, estabeleceu que os suplementos vitamínicos podem ser usados na quantidade de 25% no mínimo e 100% no máximo da RDA. Caso ultrapassem essa quantidade são considerados medicamentos, sendo portanto, obrigatória a prescrição de um médico especialista.


A MEDICINA do EXERCÍCIO ADVERTE: 
Antes de usar suplementos vitamínicos procure um médico.