quinta-feira, 29 de agosto de 2013

NATAÇÃO - CIÊNCIA PARA CAMPEÕES

O treinamento de natação não é como o de basquete, o de futebol ou de outros esportes de equipe, em que existe uma situação de jogo. À medida que um nadador vence percursos, sua cabeça vai afundando na água, sua visão vai sendo prejudicada e seu ouvido fica de tal modo perturbado que só consegue escutar uma canção que mentalmente toca. Não há variação de ambiente como a desfrutada pelo ciclista ou o corredor.

O nadador em um vai e vem interminável na piscina, o que poderia ser uma intolerável e aborrecida rotina para um observador ocasional, capaz de esgotar a paciência de um espartano. A despeito disto, cada dia é maior o número de praticantes desta modalidade, a maioria nos programas infanto-juvenis e parecem sentir-se fortemente estimulados. Evidentemente, que recordes mundiais não são batidos ao acaso; e na retaguarda de um campeão se insere toda uma equipe técnica com a responsabilidade de impulsionar o jovem valor para conquistas. Que fique claro a existência de diversas compensações para tão duro trabalho, ser campeão é se superar a cada dia.

As façanhas devem ser atribuídas a capacidade individual de cada nadador, essa é a porção genética do campeão. Certamente, esta capacidade significa muito, mas nenhuma façanha pode ser realizada sem ser precedida de meses ou anos de observação, pesquisas, estabelecimento de protocolos de treinamento, e muita preparação física, nutricional e mental.

O corpo humano tem certas faculdades e limitações, e o nível das atuações de um indivíduo depende muito do grau até onde conseguiu elevar seu potencial de possibilidades. Para tanto é imprescindível que seja realizada uma criteriosa coleta de dados, análise dos dados e alterações no tipo de treinamento, avaliação clínica e funcional, considerando peso, altura, somatotipo, IMC, percentual de gordura, peso de massa magra, grau de flexibilidade, horário e qualidade de alimentos, além da eventual necessidade de suplementação alimentar e suporte psicopedagógico e psicológico para incremento de performance esportiva.

Para um nadador ser considerado em boa forma é a soma das adaptações fisiológicas, anatômicas e psicológicas feitas pelo organismo, mediante a tensão do programa de treinamentos. Isto demonstra perfeitamente o grau de tensão ao qual é submetido um pré-adolescente, ainda em processo de formação do caráter e transformação física. Considerando que outros fatores, como o sono, os estudos, a alimentação, o desgaste em outras atividades, a rebeldia (tão comum nesta fase), ajudam ou prejudicam todo o processo de adaptação ao treinamento.

Para se ter uma pequena noção de um protocolo alimentar, note que a necessidade diária para um homem de 70kg, sedentário, de 30 anos é de 1.200 calorias. Em alguns casos nos nadadores as necessidades podem ficar em torno de 4.000 calorias/dia, contudo se considerarmos as necessidades de vitaminas, minerais e proteínas pode este valor alcançar as 7.000 cal/diárias.

Nem todo nadador pode chegar a ser campeão, mas com um esforço inteligente e duro cada qual poderá tirar o máximo de suas habilidades e comemorar suas constantes vitórias pessoais.


A MEDICINA DO EXERCÍCIO CONSTATA: 
Natação é esporte individual, com trabalho em equipe.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

NUTRIÇÃO & ENVELHECIMENTO

O Brasil vai deixando de ser um país jovem, para presenciar o envelhecimento de sua população. Esse processo privilegia as mulheres, que comprovadamente vivem mais que os homens.

Em países em desenvolvimento, são considerados idosos indivíduos com 65 anos ou mais e, nos países desenvolvidos, aqueles com mais de 60 anos. Este fato ocorre devido a melhoria nas condições de vida e ao avanço do conhecimento científico, o que propicia diagnósticos e tratamentos precoces, bem como colabora na prevenção aos agravos da saúde.

Enquanto as doenças infecciosas e parasitárias ocupavam lugar de destaque anteriormente, agora estão sendo substituídas por doenças crônicas não transmissíveis (Aterosclerose, Hipertensão, Diabetes, Obesidade, Osteoporose). Essa mudança é denominada “transição epidemiológica”.

Vários fatores interferem no processo de envelhecimento e no aparecimento de doenças, dentre os quais podemos citar a natureza genética, o meio ambiente e a alimentação, que exerce fundamental papel na promoção, manutenção e recuperação da saúde, desde que seja nutricionalmente adequada.

Várias doenças que se apresentam mais prevalentes em idosos estão relacionadas a alimentação, seja como causa ou como forma de tratamento e controle.

A obesidade teve sua prevalência aumentada, no caso dos idosos, de 2,65% para 4,98% em homens e de 9,96% para 17,89% em mulheres, quando considerado o Índice de Massa Corporal (IMC).

Essa mudança está associada ao aumento no consumo de alimentos ricos em gordura e ao estilo de vida sedentário, ou com atividade física irregular.


Uma das formas que dispomos para conhecer este perfil de alimentação e nutrição dos idosos é a partir de pesquisas populacionais utilizando cineantropometria (peso, altura, IMC, pregas cutâneas, diâmetros ósseos, circunferências corporais). Esta avaliação é muito simples, sendo conduzida por especialista e permitindo inclusive comparações com outras populações.

Com relação aos inquéritos de consumo de alimentos, os métodos mais utilizados são a frequência de consumo e o recordatório alimentar nas últimas 24 horas.

O envelhecimento fisiológico pode ser agravado em pessoas sócio-economicamente menos produtivas, dependentes física e mentalmente, com alteração do estado nutricional e agravada pelo tratamento medicamentoso, com seus efeitos colaterais.

O paciente idoso deve ser criteriosamente avaliado antes da prescrição de um remédio, pois o mesmo pode ter sua biodisponibilidade alterada pelos nutrientes ou estes podem ter sua absorção, metabolismo e excreção alterados pela droga, culminando com o agravamento da má nutrição. A alimentação dos idosos, deve-se adequar as condições orgânicas e funcionais do indivíduo.

A necessidade de suplementação em idoso é específica para cada indivíduo, dando especial atenção devido ao fato de a massa magra estar reduzida, assim como as funções de excreção (renal e digestiva).

Nutrientes que são muito importantes após os 60 anos: cálcio, vit. D, C, E, B2, B6, B12, ácido fólico, zinco e betacaroteno.

O estudo e os conhecimentos sobre o processo de envelhecimento ganharam notável interesse nos anos recentes. Existe um crescente interesse em identificar os fatores que levam a um envelhecimento sadio. Já são utilizadas técnicas de suplementação e manejo nutricional para redução e/ou retardo das manifestações indesejáveis no processo divino do envelhecimento.

Viver por mais tempo não necessariamente significa viver bem, a relação com a qualidade devida neste processo de envelhecer é um dos desafios que a alimentação e suplementação adequadas, podem em muito contribuir.


A MEDICINA DO EXERCÍCIO ADVERTE: 
Antes de usar suplementos vitamínicos procure um médico.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

OBESIDADE INFANTIL - MAL DO SÉCULO

Entre os profissionais de saúde já é consensual que indivíduos fisicamente ativos são mais saudáveis e apresentam menor taxa de mortalidade ocasionada por doenças crônico-degenerativas, como coronariopatias, hipertensão arterial, diabetes tipo 2, obesidade, osteoporose e distúrbios comportamentais.

Dados da Organização Mundial de Saúde (WHO), já apontam para uma prevalência de 27% de obesidade infantil nos países desenvolvidos e subdesenvolvidos nos últimos cinco anos, representando um problema de saúde pública. Informações do IBGE (1998) informam que, 30% dos adolescentes brasileiros (10-19 anos), encontram-se com obesidade. Esse dado fez com que a Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício apresenta-se proposta, à época, para aumentar de uma para três horas, as aulas semanais de educação física e reavaliar os lanches vendidos nas cantinas das escolas, que são a base de refrigerantes e frituras.

Infelizmente é falsa a idéia de que os jovens estão mais ativos fisicamente, sendo notória a preferência desenfreada pelo uso do computador, vídeo game, controles remotos, automóveis e telefone sem fio, criando uma geração de sedentários. O tempo desperdiçado pelas crianças e adolescentes na frente da televisão é o principal fator do aumento da quantidade de gordura corporal.

Os estudos demonstram que esses pacientes devem ser abordados com muito critério, pois não só o controle da alimentação é suficiente para reduzir a adiposidade em jovens, pois dietas muito restritas levam a ingestão deficiente dos micro e macronutrientes, necessários ao crescimento e a um melhor estado nutricional.

Pesquisas desenvolvidas em Institutos de Ciências do Exercício e do Esporte, em Utah, EUA, mostram que a prática de exercícios físicos em crianças está relacionada com a de seus pais. Os filhos de mães fisicamente ativas, são duas vezes mais ativos do que os filhos de mães inativas.

Para iniciação na vida esportiva é importante estabelecer o tipo de esporte e o grau de exposição a traumatismos; além de proceder um minucioso exame médico, para reconhecer doenças e principalmente inserir o jovem atleta em um esporte que seja adequado ao seu perfil físico. Ë difícil definir que carga para crianças atletas é considerada excessiva, ou quanto de exercício é ideal para se obter respostas fisiológicas desejadas ao treinamento sem causar danos na musculatura e articulações.

O mundo científico tem expressado um consenso geral sobre o papel preventivo do exercício físico regular associado a uma alimentação adequada, realizada com monitoramento, responsabilidade, disciplina e principalmente com o incentivo e a participação dos pais.

A MEDICINA DO EXERCÍCIO DESCOBRIU: 
Pais que praticam exercícios físicos tem filhos saudáveis e ativos.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

MORTE SÚBITA RELACIONADA AO EXERCÍCIO

Para estabelecer uma relação entre o exercício físico e a morte súbita cardíaca, o raciocínio pode nos direcionar para os aspectos preventivos associados a prática desportiva, quanto nos alertar para fatores de risco para o paciente, tais como: sensação de desmaio, escurecimento da vista, falta de ar, dor no peito, tonturas e mal estar geral.

Ou seja, o exercício pode ser vislumbrado em dois aspectos. Se por um lado existe um imenso potencial preventivo no ato de exercitar-se; também existe um risco definido de óbito durante ou, especialmente, após a atividade física.

Deve prioritariamente, ser encarado como um sério risco de vida aos praticantes, mesmo que pouco freqüente, tem sempre profundo impacto na comunidade médica e na população em geral.

Morte Súbita relacionada ao exercício são todos os eventos que levam ao óbito, quando da realização da atividade física ou até 01 hora após o seu término, sendo que a morte deve ser provocada por algum transtorno no funcionamento normal do sistema cardiovascular.

O hábito da prática desportiva de forma regular proporciona um efeito protetor de diversos problemas cardíacos, alguns destes benefícios se refletem na perda de peso, aumento da sensibilidade à insulina, melhor condicionamento físico, redução da freqüência cardíaca e na pressão arterial, entre outros tantos.

Contudo, uma pequena parcela das pessoas possui doenças que fazem com que o exercício perca esta importante função protetora, independente do nível de condicionamento físico, podendo acometer desde atletas altamente treinados, como também indivíduos que praticam atividade física não-competitiva.

Segundo a mitologia grega, Pheidippides correu de Maratona até Atenas com a tarefa de anunciar a vitória dos gregos sobre os persas e morreu ao transmitir a feliz mensagem ao povo ateniense. Este é provavelmente o primeiro relato de morte súbita relacionada ao exercício físico que se tem notícia.

Um estudo coordenado pela Sociedade Americana de Medicina do Exercício e do Esporte, calculou que ocorra uma morte súbita para cada 165.000 pessoas que fazem exercícios regularmente por ano, de forma que o risco relativo aumenta com a prática desportiva, embora o risco absoluto permaneça muitíssimo baixo. Cabe ressaltar que os indivíduos com menor exposição à atividade física têm maior risco para morte súbita que os que se exercitam regularmente.

O exercício físico pode apresentar um papel extremamente paradoxal: é capaz de produzir alterações cardiovasculares que tendem a diminuir o risco de morte súbita, possivelmente por melhorar o funcionamento dos mecanismos de regulação corporais e todos os processos metabólicos. Porém é notório que pode aumentar o risco de eventos cardiovasculares agudos, especialmente em indivíduos que não conhecem seu organismo durante o esforço, que não realizaram nenhuma avaliação médica e funcional antes da matrícula na academia.

A Associação Americana de Estudos para o Coração analisando o custo-benefício para diagnóstico precoce de problemas relacionados ao coração e atividade física, não classificou o Teste Ergométrico e o Ecocardiograma como procedimento para avaliação de rotina antes de eventos físicos. Entretanto, atesta que um criterioso estudo médico, com história clínica e exame físico completo, pode reconhecer riscos para o paciente.

Um ponto, no entanto, persiste. Ao identificar um indivíduo como sendo de alto risco para praticar alguma atividade física específica, deve-se iniciar um tratamento com o especialista e descobrir estratégias para inserir o paciente em algum programa de exercícios físicos supervisionados e após algum tempo de tratamento liberá-lo para atividades alternativas de baixa intensidade.

Reconhecido que o exercício possa trazer malefícios ao pleno funcionamento orgânico, é imperioso que se evite a generalização dos casos, devendo cada paciente ser analisado e acompanhado individualmente para serem evitados erros de procedimento.

A decisão de desaconselhar a atividade física deve ser fundamentada em riscos avaliados no exame clínico e funcional. Se feita erroneamente, tal decisão estará privando o indivíduo de uma medida simples e com real utilidade para melhoria da qualidade geral de vida.

Logo, a atividade física regular pode trazer benefícios múltiplos, não apenas sobre a doença arterial coronária, mas também sobre seus fatores de risco. Para tanto é vital que o médico, e em especial o médico do esporte e o cardiologista, sejam consultados antes do início de um programa de exercícios.


A MEDICINA DO EXERCÍCIO ACONSELHA: 
Realize sempre exames regulares antes de iniciar um programa de Atividade Física.

sábado, 17 de agosto de 2013

NECESSIDADES DIETÉTICAS EM ADOLESCENTES

No início da adolescência, o jovem já atingiu 80 a 85% de sua estatura, 535 de seu peso e 52% de massa magra final. Nestas condições, 55% das meninas e 35% dos meninos, atualmente, poderão atingir oitenta e cinco anos de idade.

O aumento no percentual de gordura total das meninas é de 1,5 a 2 vezes maior que o dos meninos na mesma idade. Os meninos têm aumento de massa magra e do volume sanguíneo e as meninas têm menos água corporal.

Os esteróides contraceptivos nas meninas adolescentes diminuem os níveis séricos de vitamina C, B6, B12 e ácido fólico e aumentam os níveis séricos de vitamina A, cobre e lipídios. As usuárias de dispositivo intra-uterino devem aumentar a ingestão de ferro e vitamina C para contrabalançar o aumento das perdas menstruais. Assim, cuidar da alimentação do adolescente é um investimento para a saúde e prevenção de doenças.

Recomenda-se que a avaliação das necessidades energéticas de adolescentes seja feita a partir da avaliação do apetite, crescimento, atividade e ganho peso em relação ao ganho de gordura.

Os aumentos nas necessidades de energia e de nutrientes como cálcio, nitrogênio e ferro durante a adolescência são determinados pelo aumento na massa corporal magra e não pelo aumento no peso corporal, com seu conteúdo variável de gordura.

As características dos hábitos alimentares dos adolescentes são:
  1. maior tendência a “pular” refeições; 
  2. muitos lanches, especialmente doces; 
  3. fast food; 
  4. 4) dietas milagrosas; 
  5. 5) alto consumo de frituras e refrigerantes.
Alguns padrões de alimentação são estabelecidos a partir da necessidade de auto-afirmação, insatisfação com a imagem corporal, busca de identidade pessoal, aceitação pelos amigos e a independência recém conquistada, mas ainda imatura.

Os distúrbios e a instabilidade emocional, muito comuns nesta fase da vida, comumente afetam os hábitos alimentares, pois gera um descontentamento com seus corpos, que muitas vezes não atendem aos anseios da sociedade das modelos esquálidas.

A velocidade do crescimento, assim como o nível de exercício, devem ser considerados na determinação das necessidades dos indivíduos.

Os adolescentes incorporam o dobro de cálcio, ferro, zinco e magnésio em seus organismos durante os anos do estirão de crescimento, do que em outras épocas. A tiamina, riboflavina e a niacina são recomendadas em grandes quantidades, para atingir as altas necessidades energéticas.
O excesso de peso em relação à altura em crianças e adolescentes está associado a um aumento da pressão sanguínea e diminuição dos de HDL-Colesterol. Uma vez que o desenvolvimento da arterioesclerose e da hipertensão arterial são processos lentos é necessário estar atento para a importância do controle da obesidade na infância. Estudos comprovam que o sobrepeso nesta fase é de alto valor prognóstico na vida adulta.

Para se obter sucesso os programas de educação alimentar devem incluir protocolos individualizados, atividade física específica e componente de suporte psicológico envolvendo a família. Enfim, conscientizar o adolescente que a qualidade de sua alimentação hoje significará seguramente uma vida mais saudável no futuro.

A MEDICINA DO EXERCÍCIO ACREDITA:
Adolescente em boa forma; adulto saudável.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

ATIVIDADE FÍSICA NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

Um estilo de vida ativa em adultos está associado a uma redução da mortalidade cardiovascular e geral, bem como uma redução da incidência de várias doenças crônicas. Em crianças, um maior nível de aptidão física está associado a um melhor perfil lipídico e metabólico, a uma menor prevalência de obesidade. Ainda, é mais provável que uma criança ativa se torne um adulto também ativo. Em consequência, do ponto de vista de saúde pública, promover a atividade física na infância e adolescência, significa estabelecer um instrumento sólido para garantir a redução da prevalência do sedentarismo na idade adulta.

Existe um declínio, com a idade, do gasto energético médio diário. Isso decorre basicamente de fatores sociais, como o aumento dos compromissos estudantis e/ou profissionais. Entretanto, alguns outros fatores têm contribuído para um estilo de vida menos ativo. A disponibilidade de tecnologia e o aumento da insegurança nas cidades, onde vive a maior parte das crianças brasileiras, reduz as oportunidades de lazer de uma forma fisicamente ativa e favorece o lazer de uma forma mais sedentária, através de programas de televisão, videogames e internet.

Os princípios que descrevem as respostas do organismo ao exercício e ao treinamento físico são os mesmos para todas as idades, com determinadas particularidades, que devem ser consideradas para um resultado mais evidenciado. Em crianças, deve se observar que decorre tanto um aumento da massa corporal (crescimento), quanto da maturação, que se acelera durante a puberdade (desenvolvimento).

Em relação à potência aeróbica, ocorre um aumento do consumo máximo de oxigênio, com maior aceleração em meninos do que em meninas. Por outro lado, a resistência anaeróbica cresce em proporção maior do que o aumento da massa muscular, evidenciando um efeito da maturação sobre a fisiologia do exercício. Não difere entre os sexos na infância, mas cresce proporcionalmente mais em meninos após os 12 anos de idade. Por esta razão, a criança tem menor potência muscular que o adulto, contudo se recupera mais rapidamente da fadiga, podendo iniciar mais precocemente outro exercício.

Existem duas características da termorregulação da criança que devem ser destacadas. A velocidade da troca de calor com o meio é maior em infantes, levando a ter menos sede do que os adultos, podendo instalar-se uma desidratação voluntária e a consequente redução do volume sangüíneo, com prejuízos ao desempenho.

A avaliação pré-participação em eventos físicos deve considerar os objetivos do exercício; características biomecânicas, metabólicas e nutricionais; disponibilidade de infra-estrutura e de pessoal qualificado; além do precoce diagnóstico do grau de maturação e desenvolvimento do futuro atleta.

Apesar do principal objetivo da prescrição do exercício na criança ser criar o hábito salutar e não necessariamente treinar visando o desempenho, a competição desportiva, pode trazer benefícios do ponto de vista educacional e de socialização, uma vez que proporciona experiências de atividade em equipe, colocando a criança frente a situações de derrota e vitória. O componente lúdico deve sempre prevalecer sobre o competitivo, para evitarem-se cobranças excessivas por parte de pais e treinadores, que pode acarretar aversão futura a prática regular de uma atividade física.

Um programa formal deve ser composto por: condicionamento aeróbico, considerando tipo de atividade, frequência, intensidade e duração; alongamento e flexibilidade envolvendo os principais movimentos corporais, antes e após o componente aeróbico. Os exercícios de sobrecarga muscular (musculação) devem ser com cargas moderadas e maior número de repetições, valorizando o gesto motor e a correta execução, como a postura adequada.

A implementação da atividade física na infância e adolescência deve ser considerada como prioridade, utilizando-se de ações governamentais concretas nos diversos segmentos, para que se estimule um estilo de vida saudável.

A MEDICINA DO EXERCÍCIO APÓIA ESSA IDEIA:
Criança ativa; Adulto saudável.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

EU PRECISO DE AVALIAÇÃO FÍSICA?

O Teste Físico Pré – Participação (PPT) ao evento esportivo deve ser realizado obrigatoriamente por todos os praticantes de exercício físico, independente de idade, sexo ou tipo de atividade física desenvolvida.

Para se realizar uma análise do praticante antes da atividade física deve se considerar sempre a frequência, a duração e a intensidade do exercício, além de respeitar os objetivos do médico e do paciente. Utilizam-se todos os fatores observados para elaborar um programa individual de exercícios, alimentação, suplementação alimentar e repouso, além do uso de outras técnicas alternativas para melhorar o condicionamento físico e a qualidade de vida.

A avaliação física compreende:
  1. Anamnese Médica Completa, observando-se todas as funções corporais, detectando doenças e prevenindo o aparecimento de outras; 
  2. Exames Complementares (exames de sangue, urina, radiografias);
  3. Cineantropometria (medidas corporais gerais, percentual de gordura, massa magra corporal, circunferências corporais);
  4. Avaliação Cárdio – Pulmonar de Esforço (frequência cardíaca, limiar anaeróbico, coeficiente metabólico);
  5. Flexiteste ( estabelecendo o nível de alongamento do paciente); 
  6. Testes de Força Muscular específica (preensão manual, sentar/ levantar)
Após a coleta dos dados, são processados cálculos, posteriormente inseridos em protocolos específicos, que variam de acordo com o caso do paciente (hipertensos, obesos, diabéticos, gestantes, idosos, adolescentes, sedentários e atletas de modalidades diversas).

Cada indivíduo deve ser tratado separadamente, obedecendo suas habilidades e carências, mobilizando os grupos musculares desejados, aumentando a flexibilidade e primordialmente proporcionando um bem-estar geral, através da atividade física regular e suplementação adequada com minerais, vitaminas e aminoácidos.

Exercício e saúde devem sempre estar associados, para isso é de extrema importância que seja estabelecido um programa de exercícios e alimentação balanceada, de acordo com a avaliação física. Afinal, o exercício se tornará muito mais eficiente se realizado na sua forma mais correta possível.

A MEDICINA DO EXERCÍCIO ADVERTE: 
sedentarismo mata.

sábado, 10 de agosto de 2013

MARATONA - CAMPEONATO MUNDIAL DE ATLETISMO - IAAF - MOSCOW - 2013 - LIMITES DO CORPO HUMANO TEM DE SER CONSIDERADOS E RESPEITADOS PARA MANUTENÇÃO DA INTEGRIDADE FÍSICA DO ATLETA

Valeria Straneo nasceu em Alexandria (Itália), tem 37 anos, com uma licenciatura em línguas estrangeiras e literatura, dois filhos e uma doença genética, esferocitose, que muda a morfologia (forma) dos glóbulos vermelhos e provoca anemia.

Depois de uma operação para a retirada do baço. em 2011 ele correu pela primeira vez, representando a Itália, executando a Meia Maratona Roma-Ostia em 1 hora, 7 minutos e 46 segundos. Em sua segunda maratona, um em Berlim, chegou à linha de chegada em 2 horas, 26 minutos e 33 segundos, e se classificou para as Olimpíadas.

A Maratona mais uma vez mostra os limites do ser humano onde a atleta italiana ficou no segundo lugar em prova onde uma atleta coreana desabou com crise de Heat - Stroke (hipertermia severa) na chegada do Campeonato Mundial de Atletismo - IAAF - MOSCOW - 2013.

Tudo depende de trabalho árduo e uma eficiente equipe de apoio técnico e fisiológico, a atleta realizou adaptação ao clima no sul da Itália região quente ideal para este tipo de treino específico.

Durante toda duração da quente e longa Maratona Moscow 2013 a hidratação se fez presente na forma de água líquida ingerida, água aspergida no corpo do atleta e uso de esponjas com água gelada, como foi utilizado nesta competição.

Cuidados médicos eficientes e necessários na composição de provas de longa distância, onde fatores climáticos tem de ser considerados e sempre respeitados os limites do corpo humano, assim preservando a integridade física do atleta.


A MEDICINA DO EXERCÍCIO E DO ESPORTE ACONSELHA:
cuidados antes, durante e após o evento esportivo sempre são
para a saúde e qualidade de vida do atleta.

http://uk.eurosport.yahoo.com/photos/world-athletics-slideshow/14th-iaaf-world-athletics-championships-20130810-130044-075.html

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

AVALIAÇÃO MÉDICA PRE-PARTICIPAÇÃO AO EVENTO FÍSICO ENTRE ATLETAS E NÃO ATLETAS

NORONHA, B.T.L. 1; LIMA, K.C.P.1; SANTOS, A.L.M. 2; MARQUES, N.N. 2; SIMÕES, V. R. F. 2; CHAVES, I.L.C., 3
1. Fundação Luiz Dècourt – Clínica do Movimento, Belém (PA)
2. Universidade do Estado do Pará (UEPA) – Belém – Pará.
3. Universidade Federal do Pará (UFPA) – Belém – PA.


A função do sistema cardiovascular e pulmonar é importante para manter o processo de respiração celular.

A integridade desses sistemas e suas adaptações são essenciais durante a realização de um exercício.

De acordo com a diretriz da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte, a avaliação médica pré-participação de atividade física deve conter de uma anamnese precisa, exame físico minucioso, com ênfase para o aparelho cardiovascular, e de exames complementares como o eletrocardiograma e o teste ergométrico, este recomendado para homens acima de 35 e mulheres acima de 45 anos.

Assim, esse estudo teve como objetivo verificar a prevalência da avaliação médica pré-participação ao evento físico entre atletas e não atletas.

Os dados foram obtidos por meio de entrevistas com 100 participantes, que foram divididos em dois grupos: 50 não atletas (praticantes de academia) e 50 atletas (dos esportes de natação, judô, remo e corrida de rua).

Utilizou-se protocolo próprio, sendo a entrevista realizada nos locais de prática da atividade física, antes de sua execução. Os dados foram analisados através do Biostat 5.0.

Constatou-se que entre os 50 atletas 36% haviam realizado avaliação médica, e 64% não haviam realizado; já entre os não atletas 22% haviam feito a avaliação e 78% não.

Os parâmetros estatísticos foram obtidos através do teste Qui-quadrado, sendo p=0,048 na análise da realização da avaliação entre os atletas e p<0,0001 analisando os dados dos não atletas.

Conclui-se que há necessidade de reconhecer a importância da avaliação médica pré-participação em eventos físicos, visto que sua presença evita a ocorrência de lesões e possíveis danos ao sistema cardiovascular.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

NUTRIÇÃO E IMUNIDADE - FAÇA DO SEU ALIMENTO O SEU REMÉDIO

A nutrição enquanto ferramenta para modular o sistema imune, produzindo um estado ideal de imunidade, tem se mostrado eficiente não apenas em estados de imunodepressão, como também para a manutenção de estados saudáveis.

Convém enfatizar uma série de critérios que devem ser avaliados, pois a relação entre nutrição e imunidade é extremamente dinâmica: tanto a overdose quanto a carência de nutrientes podem levar a consequências negativas.

Imunidade pode ser definida como o conjunto de mecanismos e respostas, utilizados pelo corpo para defendê-lo contra substâncias estranhas, microorganismos, toxinas e células não compatíveis.

As defesas passivas incluem barreiras anatômicas (membranas, mucosas, pele), secreções (mucina, saliva, ácido gástrico), atividade ciliar, fatores fisiológicos (idade, sexo, raça, ritmo circadiano), flora biológica e mesmo fatores ambientais e ocupacionais.

Já as defesas ativas incluem uma gama de respostas fisiológicas (vômito, diarréia, espirro, tosse), destruição por células especializadas, reações inflamatórias e formação de óxido nítrico e peróxido de hidrogênio.

Do ponto de vista estrutural, o sistema imune humano está dividido em sistema central composto de medula óssea e timo; e sistema periférico representado por baço, linfonodos e MALT (tecido linfóide associado a mucosas). Sendo que o principal componente do MALT é o GALT (tecido linfóide associado ao intestino), cerca de 80% das células produtoras de anticorpos são associadas a mucosa do intestino delgado.

É no intestino que vamos encontrar a maior concentração de microorganismos, aí incluídos a flora probiótica bem como toda uma flora potencialmente patogênica. Fica evidenciado que a presença de uma alta atividade imune associada ao local de maior absorção de nutrientes do organismo não deve ser apenas uma casualidade anatômica.

A ingestão de alguns açúcares estimula o crescimento de bifidobactérias, sendo que estas inibem a proliferação de bactérias putrefativas envolvidas em atividade carcinogênica.

Deficiência protéica interfere com a manutenção da resistência a infecções, não apenas na biodisponibilidade de aminoácidos, mas também em nucleotídeos, necessários para a manutenção dos mecanismos de imunidade. Alguns aminoácidos têm mostrado um envolvimento direto nas funções de imunorregulação.

Vitaminas B6 e B12, folato e vit. E são particularmente importantes nas respostas imunes. Ácidos graxos do tipo PUFAs (encontrados em óleo de peixe, azeite extra-virgem, abacate) afetam diversas funções fisiológicas, sendo sempre acompanhados por um reforço em vit.E.

Diversos estudos clínicos tem apontado para o aumento na severidade de infecções após a ingestão de altas doses de ferro. Em idosos, a deficiência de zinco interfere na absorção de cobre e acarreta uma alta susceptibilidade a infecções.

O selênio é outro mineral que faz parte de diversas enzimas, e quando deficiente provoca queda na produção de anticorpos.

O álcool atua diretamente no intestino, provocando um mal estado nutricional, pela perda acentuada de folato, tiamina, zinco, vitamina A e B6.

Apesar da complexidade do assunto, os trabalhos científicos nos sugerem fortemente a possibilidade de elaborar dietas especializadas, que possam ter efeito benéfico no mecanismo humano de defesa.

A MEDICINA DO EXERCÍCIO ACONSELHA:
Atividade Física é vida; aproveite a sua, pratique esportes.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

MEDICINA DO EXERCÍCIO E DO ESPORTE - DA REABILITAÇÃO AO ALTO DESEMPENHO

A Medicina do Exercício e do Esporte é a especialidade médica que estuda como o exercício físico influencia na saúde das pessoas, sejam elas esportistas ou não, bem como a falta de exercício.

Outro aspecto estudado é a lesão que pode ser provocada durante a realização de diversos tipos de atividades físicas. O objetivo é ter respaldo para encontrar as possíveis curas e tratamento de lesões causadas por exercícios.

Se a pessoa apresentar alguma lesão e for necessária a realização de uma atividade adaptada, a Medicina do Exercício e do Esporte possui a técnica para orientá-la, com o objetivo de diminuir o risco do surgimento de outras patologias.
Também orienta pacientes com patologias como: problemas cardíacos, obesidade, soropositivos, diabéticos e asmáticos, sobre quais atividades praticar, intensidade do treino e avaliação antes do início, durante e após o exercício.

Antes de iniciar qualquer tipo de atividade física, é preciso avaliar o desempenho do corpo, com uma avaliação física que medirá a capacidade de esforço do coração, circulação, fisiologia, metabolismo biológico, ajuste bioquímico, respiração e trocas gasosas, capacidades musculares e lesões pré-existentes, sendo responsabilidades do profissional de Medicina do Exercício e do Esporte.

A Medicina do Exercício e do Esporte é atualmente referência mundial devido ao apoio da Federação Internacional de Medicina do Esporte (FIMS). E no Brasil o órgão que promove a Medicina do Exercício e do Esporte é a Sociedade Brasileira do Exercício e do Esporte (SBMME), criado em 1962.

As áreas de estudo desta especialidade são especificamente, tratamento de lesões; análise e orientação antes do início da atividade física; avaliação física completa e o diagnóstico do tipo ideal de esporte, para cada pessoa de acordo com o seu biótipo; recomendações sobre hábitos de vida e alimentação saudável; pesquisa e controle de novos métodos de treinamento esportivo.
Entre as diversas matérias da especialidade, podem-se destacar as nomenclaturas, Traumatologia Esportiva, cujo tratamento se dá em lesões ósseas e musculares; a Cardiologia do Esporte, que avalia o metabolismo cardiovascular do praticante do exercício e a Fisiologia / Nutrologia do Exercício, a qual estuda o funcionamento e a resposta do corpo as atividades realizadas em grupos especiais e atletas de alto rendimento, conjuntamente com a Clínica Médica na Atividade Física.

A Medicina do Exercício e do Esporte também atua na especialidade de Controle Anti-Doping, área esta muito conhecida por profissionais do esporte de diversas modalidades, onde se faz necessário a aplicação do teste em atletas escolhidos aleatoriamente, para detectar a presença ou não de alguma substância proibida.
A MEDICINA DO EXERCÍCIO E DO ESPORTE ADVERTE: 
Qualidade de Vida e Saúde são o grande foco e objetivo do treinamento.