sexta-feira, 21 de março de 2014

TÊNIS ADEQUADO E CUIDADOS COM OS PÉS





Base do equilíbrio corporal, os pés são diariamente massacrados por sapatos de salto, botas estreitas, tênis inapropriados; e o resultado aparece na forma de calosidades, bolhas, rachaduras, onicomicoses (fungo nas unhas), Tinea Pedis (pé-de atleta), entorses freqüentes, luxações, dores articulares e pontadas no osso calcâneo.



            Dentro do sapato o ambiente escuro, quente e úmido favorece ao crescimento de todo tipo de microorganismos, bem como o atrito do tênis e os maus tratos ao material de treino (lavagem e secagem, meias protetoras corretas), maximizam os problemas nos pés.



            Use meias de algodão, que absorvem o suor, tendo o cuidado de ventilar e secar os pés, e sempre use esfoliantes e hidratantes específicos para os cuidados. Cremes a base de uréia, lactato de amônia e ácido salicílico são recomendáveis.



            Massagens relaxantes são sempre bem vindas, ainda mais na Reflexologia Podal, onde o massoterapeuta transita por todo o organismo humano apenas tocando, massageando, comprimindo e relaxando diversos pontos localizados na região plantar dos pés. Aliviando e auxiliando no tratamento de algumas das mais incomodas doenças, que incomodam sobremaneira os indivíduos (constipação intestinal, enxaquecas, dores de cólicas menstruais, tensão no pescoço, gases, insônia, para citar algumas apenas).



            Colocar as pernas para o alto e realizar o famoso escalda pés a noite é importante para evitar inchaço das pernas e dores musculares. O sangue circula com maior facilidade prevenindo e melhorando problemas circulatórios.



            Escolha o tênis certo para o seu esporte:



CORRIDA: tênis de solado largo, alto e com bom amortecimento, para diminuir o impacto e evitar danos locais. O modelo deve ser flexível e confortável, sendo importante a avaliação da pisada do corredor, feita através de análise biomecânica.


            BASQUETE: cano alto e solado largo, aderente e com excelente sistema de amortecimento para proteger o retorno ao solo dos tornozelos dos praticantes.

            CAMINHADA: confortável, solado alto, ventilado, bom sistema de proteção e fixação lateral nos tornozelos.


            TREKKING: bota de cano médio, solado antiderrapante, sistema de amortecimento e revestimento alcochoado.


            VOLÊI: solado largo, super aderente, amortecimento em calcâneo reforçado, com estabilizador de tornozelo.


            TÊNIS: solado baixo, biqueira reforçada, costuras firmes, dependendo do tipo de piso usado, os atletas variam seus gostos, diferindo os modelos usados nas diferentes quadras em termos de aderência ao solo.


            HANDEBOL / FUTSAL: solado baixo, muito aderente, reforçado ao entorno da costura e leve.



            O uso de palmilhas pode se fazer necessário em casos específicos de alguns atletas e praticantes que apresentem algum tipo de patologia ortopédica ou desconforto nos membros inferiores e coluna vertebral. Sempre sendo importantes as avaliações radiológicas para escolha de modelo adequado.





A MEDICINA do EXERCÍCIO ACONSELHA: Cuidados e carinhos aos carregadores do corpo, afinal quem leva tudo são os pés!!!




 Dr. Bruno Noronha (Medicina do Esporte e Fisiologia do Exercício)












           


quarta-feira, 12 de março de 2014

INSULINA E ANABOLISMO MUSCULAR






            Entre os mecanismos para incremento do desempenho física e esportiva, os processos de maximização de massa e força muscular e das reservas energéticas figuram entre os principais ativos no treinamento.


            Estas variações fisiológicas são aperfeiçoadas na medida em que a estimulação adequada via treinamento físico e alcançada e através do mecanismo de anabolismo inerente a cada indivíduo (genética), nos quais a velocidade de aumento dos tecidos e reservas de nutrientes superam a degradação provocada pelo stress metabólico provocado pelo regime de treinos.


            A entrada de nutrientes na célula é de vital importância ao processo de anabolismo celular (hipertrofia e ganhos funcionais). A insulina é o hormônio, sintetizado no pâncreas liberado sempre que a quantidade de açúcar circulante no sangue aumenta (hiperglicemia), sendo que o hormônio leva a uma baixa de açúcar no sangue (hipoglicemia) devido a maior entrada de glicose nas células.



Como a insulina é a responsável por essa mediação, com o objetivo de aumentar o anabolismo celular através de uma maior captação de glicose sanguínea, atletas inescrupulosos e sem preocupação com a saúde fazem uso de insulina sintética injetável após a ingestão de alimentos ricos em carbohidratos para absorção de nutrientes em níveis acima do normal. Estratégia que não apresenta evidências científicas que comprovem o aumento do anabolismo celular em indivíduos saudáveis.



O uso da insulina sintética, além de aparentemente ser ineficaz, pode ainda causar uma séria hipoglicemia, podendo levar ao coma, desenvolvimento de diabetes em longo prazo, bem como alterar a produção hormonal e o funcionamento do pâncreas.



Além de tudo a insulina é inibidora da absorção de gorduras como fonte energética durante o exercício físico, o que pode implicar no aumento da gordura corporal.



Alternativas naturais, como suplementos que possuam entre outros nutrientes, um balanço de hidrocarbonatos e proteínas de alta qualidade, aperfeiçoam a secreção natural de insulina, aumentando o anabolismo muscular sem os efeitos colaterais da sintética.



            Além de ferir as normas de controle de dopagem e a ética médico-esportiva, a insulina sintética é completamente desaconselhada, não propiciando nenhum benefício funcional e sendo nociva a saúde.




A MEDICINA do EXERCÍCIO ACONSELHA: Um bom programa de treinamento esportivo nunca é associado à falta de bioética esportiva.




 Dr. Bruno Noronha (Medicina do Esporte e Fisiologia do Exercício) 

segunda-feira, 3 de março de 2014

EXERCÍCIOS COMPULSIVOS E TRANSTORNOS ALIMENTARES






A valorização excessiva da prática de atividades físicas nos coloca de frente com novas patologias de ordem psíquica e com grande repercussão orgânica nos pacientes acometidos pelos males.


Essa nova filosofia de “Beleza Total”, com grandes interesses mercadológicos, desta forma, a prática de exercícios tem se tornado parte da cultura contemporânea ocidental, ilustrando bem as imposições sócio-culturais e a manutenção dos padrões pré-determinados de saúde e, principalmente estéticos.


O Compulsive Exercise (Exercício Compulsivo), bem como os transtornos alimentares pode ser determinado por fatores genéticos, sociais, familiares e/ou culturais. É uma compulsão caracterizada pela prática diária de atividades físicas padronizadas, de forma ininterrupta e obsessiva, como se a vida do praticante dependesse disso.


Os indivíduos apresentam sintomas de irritabilidade, ansiedade e depressão ao não praticar a atividade, e mantém o hábito mesmo contra recomendações médicas, mediante compromissos sociais, ou qualquer tipo de impedimento.


É também comum à fadiga física e a perda de interesse por outros tipos de programas, bem como interferir em relacionamentos pessoais.


Os altos níveis de atividade física provocam uma redução da ingestão alimentar, que por sua vez gera uma hiperatividade por alterações no metabolismo hipotalâmico de serotonina, dopamina e norepinefrina, iniciando assim o ciclo anoréxico.


Dietas restritivas em busca de um melhor desempenho seguem como a segunda possibilidade de desenvolvimento de transtornos alimentares provocados pelo exagero nas atividades físicas.


Exercício físico em excesso juntamente com Anorexia Nervosa ou Bulimia Nervosa são os transtornos alimentares frequentemente relacionados. Acontece também uma menor incidência de episódios compulsivos alimentares e uso de laxantes ou indução de vômitos nos compulsivos por exercício. Tais dados indicam uma troca de compensações, autopunições ou atitudes compulsivas usuais pela atividade física exagerada.

As doenças afetivas, depressão e transtorno bipolar, seriam as principais pré-disposições à prática de exercícios compulsivamente. Ocorrendo basicamente por uma distorção e insatisfação da própria imagem corporal, ou seja, o modo de sentir o peso, o tamanho ou a forma corporal, que se mostra exageradamente maior e inaceitável.


Em geral o sexo feminino é mais acometido de transtornos alimentares, enquanto os homens são mais vulneráveis em relação ao seu nível de atividade física diária.


De início a literatura médica se referia ao distúrbio, apenas como aqueles pacientes que praticam corridas de longas distâncias de forma compulsiva e irracional, sendo descrito o Obligatory Runner, entretanto atualmente temos variados exemplos deste distúrbio em academias de musculação, ginásticas e outras atividades esportivas.


É de suma importância a avaliação de freqüência, duração e intensidade de exercícios físicos, bem como os objetivos incutidos no programa de treinamento, de forma a prevenir lesões importantes e o desgaste metabólico significativo imposto a esses praticantes / pacientes.




A MEDICINA do EXERCÍCIO ADVERTE: Até o exercício físico em excesso provoca malefícios à saúde.




 Dr. Bruno Noronha (Medicina do Esporte e Fisiologia do Exercício)