quarta-feira, 21 de agosto de 2013

MORTE SÚBITA RELACIONADA AO EXERCÍCIO

Para estabelecer uma relação entre o exercício físico e a morte súbita cardíaca, o raciocínio pode nos direcionar para os aspectos preventivos associados a prática desportiva, quanto nos alertar para fatores de risco para o paciente, tais como: sensação de desmaio, escurecimento da vista, falta de ar, dor no peito, tonturas e mal estar geral.

Ou seja, o exercício pode ser vislumbrado em dois aspectos. Se por um lado existe um imenso potencial preventivo no ato de exercitar-se; também existe um risco definido de óbito durante ou, especialmente, após a atividade física.

Deve prioritariamente, ser encarado como um sério risco de vida aos praticantes, mesmo que pouco freqüente, tem sempre profundo impacto na comunidade médica e na população em geral.

Morte Súbita relacionada ao exercício são todos os eventos que levam ao óbito, quando da realização da atividade física ou até 01 hora após o seu término, sendo que a morte deve ser provocada por algum transtorno no funcionamento normal do sistema cardiovascular.

O hábito da prática desportiva de forma regular proporciona um efeito protetor de diversos problemas cardíacos, alguns destes benefícios se refletem na perda de peso, aumento da sensibilidade à insulina, melhor condicionamento físico, redução da freqüência cardíaca e na pressão arterial, entre outros tantos.

Contudo, uma pequena parcela das pessoas possui doenças que fazem com que o exercício perca esta importante função protetora, independente do nível de condicionamento físico, podendo acometer desde atletas altamente treinados, como também indivíduos que praticam atividade física não-competitiva.

Segundo a mitologia grega, Pheidippides correu de Maratona até Atenas com a tarefa de anunciar a vitória dos gregos sobre os persas e morreu ao transmitir a feliz mensagem ao povo ateniense. Este é provavelmente o primeiro relato de morte súbita relacionada ao exercício físico que se tem notícia.

Um estudo coordenado pela Sociedade Americana de Medicina do Exercício e do Esporte, calculou que ocorra uma morte súbita para cada 165.000 pessoas que fazem exercícios regularmente por ano, de forma que o risco relativo aumenta com a prática desportiva, embora o risco absoluto permaneça muitíssimo baixo. Cabe ressaltar que os indivíduos com menor exposição à atividade física têm maior risco para morte súbita que os que se exercitam regularmente.

O exercício físico pode apresentar um papel extremamente paradoxal: é capaz de produzir alterações cardiovasculares que tendem a diminuir o risco de morte súbita, possivelmente por melhorar o funcionamento dos mecanismos de regulação corporais e todos os processos metabólicos. Porém é notório que pode aumentar o risco de eventos cardiovasculares agudos, especialmente em indivíduos que não conhecem seu organismo durante o esforço, que não realizaram nenhuma avaliação médica e funcional antes da matrícula na academia.

A Associação Americana de Estudos para o Coração analisando o custo-benefício para diagnóstico precoce de problemas relacionados ao coração e atividade física, não classificou o Teste Ergométrico e o Ecocardiograma como procedimento para avaliação de rotina antes de eventos físicos. Entretanto, atesta que um criterioso estudo médico, com história clínica e exame físico completo, pode reconhecer riscos para o paciente.

Um ponto, no entanto, persiste. Ao identificar um indivíduo como sendo de alto risco para praticar alguma atividade física específica, deve-se iniciar um tratamento com o especialista e descobrir estratégias para inserir o paciente em algum programa de exercícios físicos supervisionados e após algum tempo de tratamento liberá-lo para atividades alternativas de baixa intensidade.

Reconhecido que o exercício possa trazer malefícios ao pleno funcionamento orgânico, é imperioso que se evite a generalização dos casos, devendo cada paciente ser analisado e acompanhado individualmente para serem evitados erros de procedimento.

A decisão de desaconselhar a atividade física deve ser fundamentada em riscos avaliados no exame clínico e funcional. Se feita erroneamente, tal decisão estará privando o indivíduo de uma medida simples e com real utilidade para melhoria da qualidade geral de vida.

Logo, a atividade física regular pode trazer benefícios múltiplos, não apenas sobre a doença arterial coronária, mas também sobre seus fatores de risco. Para tanto é vital que o médico, e em especial o médico do esporte e o cardiologista, sejam consultados antes do início de um programa de exercícios.


A MEDICINA DO EXERCÍCIO ACONSELHA: 
Realize sempre exames regulares antes de iniciar um programa de Atividade Física.

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