quinta-feira, 15 de agosto de 2013

ATIVIDADE FÍSICA NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

Um estilo de vida ativa em adultos está associado a uma redução da mortalidade cardiovascular e geral, bem como uma redução da incidência de várias doenças crônicas. Em crianças, um maior nível de aptidão física está associado a um melhor perfil lipídico e metabólico, a uma menor prevalência de obesidade. Ainda, é mais provável que uma criança ativa se torne um adulto também ativo. Em consequência, do ponto de vista de saúde pública, promover a atividade física na infância e adolescência, significa estabelecer um instrumento sólido para garantir a redução da prevalência do sedentarismo na idade adulta.

Existe um declínio, com a idade, do gasto energético médio diário. Isso decorre basicamente de fatores sociais, como o aumento dos compromissos estudantis e/ou profissionais. Entretanto, alguns outros fatores têm contribuído para um estilo de vida menos ativo. A disponibilidade de tecnologia e o aumento da insegurança nas cidades, onde vive a maior parte das crianças brasileiras, reduz as oportunidades de lazer de uma forma fisicamente ativa e favorece o lazer de uma forma mais sedentária, através de programas de televisão, videogames e internet.

Os princípios que descrevem as respostas do organismo ao exercício e ao treinamento físico são os mesmos para todas as idades, com determinadas particularidades, que devem ser consideradas para um resultado mais evidenciado. Em crianças, deve se observar que decorre tanto um aumento da massa corporal (crescimento), quanto da maturação, que se acelera durante a puberdade (desenvolvimento).

Em relação à potência aeróbica, ocorre um aumento do consumo máximo de oxigênio, com maior aceleração em meninos do que em meninas. Por outro lado, a resistência anaeróbica cresce em proporção maior do que o aumento da massa muscular, evidenciando um efeito da maturação sobre a fisiologia do exercício. Não difere entre os sexos na infância, mas cresce proporcionalmente mais em meninos após os 12 anos de idade. Por esta razão, a criança tem menor potência muscular que o adulto, contudo se recupera mais rapidamente da fadiga, podendo iniciar mais precocemente outro exercício.

Existem duas características da termorregulação da criança que devem ser destacadas. A velocidade da troca de calor com o meio é maior em infantes, levando a ter menos sede do que os adultos, podendo instalar-se uma desidratação voluntária e a consequente redução do volume sangüíneo, com prejuízos ao desempenho.

A avaliação pré-participação em eventos físicos deve considerar os objetivos do exercício; características biomecânicas, metabólicas e nutricionais; disponibilidade de infra-estrutura e de pessoal qualificado; além do precoce diagnóstico do grau de maturação e desenvolvimento do futuro atleta.

Apesar do principal objetivo da prescrição do exercício na criança ser criar o hábito salutar e não necessariamente treinar visando o desempenho, a competição desportiva, pode trazer benefícios do ponto de vista educacional e de socialização, uma vez que proporciona experiências de atividade em equipe, colocando a criança frente a situações de derrota e vitória. O componente lúdico deve sempre prevalecer sobre o competitivo, para evitarem-se cobranças excessivas por parte de pais e treinadores, que pode acarretar aversão futura a prática regular de uma atividade física.

Um programa formal deve ser composto por: condicionamento aeróbico, considerando tipo de atividade, frequência, intensidade e duração; alongamento e flexibilidade envolvendo os principais movimentos corporais, antes e após o componente aeróbico. Os exercícios de sobrecarga muscular (musculação) devem ser com cargas moderadas e maior número de repetições, valorizando o gesto motor e a correta execução, como a postura adequada.

A implementação da atividade física na infância e adolescência deve ser considerada como prioridade, utilizando-se de ações governamentais concretas nos diversos segmentos, para que se estimule um estilo de vida saudável.

A MEDICINA DO EXERCÍCIO APÓIA ESSA IDEIA:
Criança ativa; Adulto saudável.

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