Nestes últimos anos a Creatina
tem se notabilizado como uma das grandes fontes de energia, com aumento de
potência e massa muscular, efeitos muito desejados em diversas modalidades
esportivas e em academias de ginástica.
Podendo ser sintetizada no
fígado, rins e pâncreas, com a utilização de 03 aminoácidos: Glicina, Arginina
e Metionina, além disso, pode ser obtida na dieta normal, sendo a carne rica em
creatina, contendo cerca de 5 g/kg.
O corpo humano possui cerca de
120g de cretina, sendo que 95% desse total é encontrado nos músculos
esqueléticos, onde 60% dessa creatina está fosforilada, formando estoques de
fosfocreatina, um composto altamente energético.
A suplementação de 20-30g de
creatina / dia aumenta em 20% o conteúdo muscular de fosfocreatina, porém 40 a 68% da creatina consumida
são excretadas pelos rins, portanto os cuidados e monitoramento das funções
renais se tornam indispensáveis durante o uso da substância.
A concentração normal de creatina
é de 125 mmol/ kg de tecido, chegando ao máximo de 160 mmol/ kg de tecido, ou
seja, em um praticante com níveis já elevados da substância pela alimentação,
dificilmente se beneficiaria de suplementação.
Há de ser observado sempre que as
necessidades de suplementação forem muito bem avaliadas e com critérios de
exames de laboratório que possam realmente afirmar sem sombra de dúvidas que
existem necessidade e benefício físico, sem comprometimento da saúde.
Determinadas pesquisas demonstram
que o excesso de creatina em ratos experimentais, ou seja, concentrações
crônicas, diminuem a expressão gênica dessa proteína transportadora, denominada
de CreaT, prejudicando desta forma em médio e longo prazo a performance
esportiva.
O aumento da biodisponibilidade
de creatina não implica necessariamente em benefícios para o desempenho, pois a
suplementação não melhora a capacidade aeróbica e pode até influenciar
negativamente em provas de longa distância, pela retenção de líquidos, que
reflete no aumento de peso corporal total, aumentando assim o desgaste físico.
Estudo feito com atletas de
futebol americano que foram suplementados com 15,75 g/ dia durante 28 dias em
microciclo de treinamento para incremento de massa muscular, finalizando com
potência muscular localizada, observou-se significativo aumento da capacidade
física específica nestes atletas.
O fato é que não se pode nem se
deve imaginar que a substância por si só trará ganhos individuais a todos que a
usarem, pois na verdade cada indivíduo apresentará um comportamento metabólico
e manifestará de forma diferenciada os benefícios e efeitos colaterais que
porventura ocorram.
Cada modalidade esportiva e as
diferentes necessidades metabólicas e suas demandas têm de ser observadas para
o uso diferenciado e ideal para os grupos específicos de atletas, desta forma
alcançando efeitos positivos para o treinamento e competições.
A MEDICINA do
EXERCÍCIO ACONSELHA: Não use suplementos alimentares sem prescrição médica.
Dr. Bruno Noronha (Medicina do Esporte e Fisiologia do Exercício)
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