quinta-feira, 22 de maio de 2014

CREATINA E EXERCÍCIO








Nestes últimos anos a Creatina tem se notabilizado como uma das grandes fontes de energia, com aumento de potência e massa muscular, efeitos muito desejados em diversas modalidades esportivas e em academias de ginástica.



Podendo ser sintetizada no fígado, rins e pâncreas, com a utilização de 03 aminoácidos: Glicina, Arginina e Metionina, além disso, pode ser obtida na dieta normal, sendo a carne rica em creatina, contendo cerca de 5 g/kg.



O corpo humano possui cerca de 120g de cretina, sendo que 95% desse total é encontrado nos músculos esqueléticos, onde 60% dessa creatina está fosforilada, formando estoques de fosfocreatina, um composto altamente energético.



A suplementação de 20-30g de creatina / dia aumenta em 20% o conteúdo muscular de fosfocreatina, porém 40 a 68% da creatina consumida são excretadas pelos rins, portanto os cuidados e monitoramento das funções renais se tornam indispensáveis durante o uso da substância.



A concentração normal de creatina é de 125 mmol/ kg de tecido, chegando ao máximo de 160 mmol/ kg de tecido, ou seja, em um praticante com níveis já elevados da substância pela alimentação, dificilmente se beneficiaria de suplementação.



Há de ser observado sempre que as necessidades de suplementação forem muito bem avaliadas e com critérios de exames de laboratório que possam realmente afirmar sem sombra de dúvidas que existem necessidade e benefício físico, sem comprometimento da saúde.



Determinadas pesquisas demonstram que o excesso de creatina em ratos experimentais, ou seja, concentrações crônicas, diminuem a expressão gênica dessa proteína transportadora, denominada de CreaT, prejudicando desta forma em médio e longo prazo a performance esportiva.



O aumento da biodisponibilidade de creatina não implica necessariamente em benefícios para o desempenho, pois a suplementação não melhora a capacidade aeróbica e pode até influenciar negativamente em provas de longa distância, pela retenção de líquidos, que reflete no aumento de peso corporal total, aumentando assim o desgaste físico.



Estudo feito com atletas de futebol americano que foram suplementados com 15,75 g/ dia durante 28 dias em microciclo de treinamento para incremento de massa muscular, finalizando com potência muscular localizada, observou-se significativo aumento da capacidade física específica nestes atletas.



O fato é que não se pode nem se deve imaginar que a substância por si só trará ganhos individuais a todos que a usarem, pois na verdade cada indivíduo apresentará um comportamento metabólico e manifestará de forma diferenciada os benefícios e efeitos colaterais que porventura ocorram.



Cada modalidade esportiva e as diferentes necessidades metabólicas e suas demandas têm de ser observadas para o uso diferenciado e ideal para os grupos específicos de atletas, desta forma alcançando efeitos positivos para o treinamento e competições.





A MEDICINA do EXERCÍCIO ACONSELHA: Não use suplementos alimentares sem prescrição médica.




 Dr. Bruno Noronha (Medicina do Esporte e Fisiologia do Exercício)



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