A fibra alimentar é uma fração
complexa composta por um conjunto de substâncias presentes nos alimentos
vegetais, representados pela soma de lignina e polisacarídeos (celulose,
hemicelulose, pectina, mucilagem e goma), sendo estes classificados segundo sua
solubilidade em água.
O amido
resistente é definido como a fração do amido que não é digerida no intestino
delgado e sua faixa de absorção varia entre 3 a 20%, quando sua faixa de digestão decresce,
a glicose pós-prandial e a resposta insulinêmica são diminuídas na proporção
direta.
A natureza
desta fração do amido está constituída por diferentes tipos, dos quais se
classificam em função de sua estrutura físico-química e susceptibilidade a
digestão intestinal.
Existem, portanto quatro tipos de
amido resistente:
tipo I (amido fisicamente inacessível na matriz do
alimento, fundamentalmente pelas paredes celulares e proteínas);
tipo II (encontra-se em alimentos não coccionados,
como banana e batatas cruas);
tipo III (que se forma quando o amido sofre
retrogradação, estando presente nas batatas frescs e cozidas, cereais matinais
e pão); e
tipo IV (amido quimicamente modificado resistente às
enzimas).
Alguns
fatores afetam a formação do amido resistente, como por exemplo, métodos de
conservação do alimento (refrigeração, congelação, defumação), processos
culinários (fritura, cocção, micoondas) e outros que ocorrem entre seus
constituintes como a sua origem botânica, o estado da parede, do grânulo e a
presença de outros nutrientes constituintes do alimento.
A
propriedade de sofrer fermentação no cólon, a resistência a digestão no
intestino delgado e o grau de desintegração durante o processamento e a
mastigação, influenciam nos seus efeitos fisiológicos no organismo humano.
A
fermentação gera produtos que aumentarão a acidez do cólon, parecendo exercer
efeitos protetores, essas substâncias também provêm certa quantidade de
energia, que será usada como reserva energética para proliferação de bactérias
benéficas ao cólon.
Estima-se
que o consumo de 20g / dia possa oferecer mecanismos preventivos em transtornos
relacionados à dislipidemias, diabetes, obesidade, alterações cardiovasculares
e alguns tipos de câncer, influenciando pois, no balanço energético, por um
mecanismo envolvendo o aumento da excreção de gordura.
As fibras
mantêm efeitos importantes do ponto de vista fisiológico, por sua importância
em manter o trofismo intestinal e a integridade estrutural da mucosa, servindo
desta forma como barreira imunológica, prevenindo a translocação bacteriana.
Na
fermentação das fibras acontece produção de ácidos graxos de cadeia curta -
AGCC (acético, propiônico, butírico), estes estão particularmente envolvidos na
regulação de divisão e morte celular, sustentando o ritmo normal de renovação,
essencial para garantir trocas constantes do epitélio digestivo, além do aumento
da viscosidade do conteúdo entérico, estimulando assim a divisão celular.
A MEDICINA do EXERCÍCIO
ACONSELHA: As pessoas na maioria das situações alimentam-se bem...... e
nutrem-se mal!!!!
Dr. Bruno
Noronha
(Medicina do Esporte e Fisiologia do
Exercício)
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