Os minerais
têm sido sugeridos como forma de melhorar o desempenho em duas condições: nos
atletas com déficit de alguma dessas substâncias e nos casos onde o incremento
do mineral pode melhorar o rendimento na atividade.
Determinados
grupos de atletas tem-se mostrado deficientes em certos minerais, especialmente
cálcio, zinco e ferro, embora os níveis sanguíneos e a excreção urinária destes
minerais possam ser afetados pela realização de treino com carga e o desgaste
deve ser considerado nas análises.
Trataremos
de alguns casos em geral, lembrando que a análise para qualquer programa de
condicionamento físico e treinamento esportivo deve ser específica e
individualizada:
Cálcio:
pode ajudar na recuperação anabólica e prevenir o aumento do volume plasmático
após a ingestão de líquidos no calor, além de sua determinante contribuição na
saúde óssea, fraturas de stress são freqüentes em atletas com baixa densidade
óssea, irregularidades menstruais e/ou baixa ingestão de cálcio.
Magnésio:
é co-fator de reações metabólicas e mantém a excitabilidade do músculo e do
nervo, baixos níveis são relacionados com câimbras. Alguns estudos demonstram
uma relação com capacidade aeróbica em atletas e não-atletas.
Fósforo:
estudos ainda não bem elaborados sugerem que pode retardar a fadiga,
demonstrando ligeiro aumento no consumo máximo de oxigênio.
Zinco:
papel fisiológico como anti-oxidante e como co-fator de muitas enzimas, em
especial a lactato-desidrogenase, anidrase carbônica e superóxido dismutase,
estando seu déficit relacionado a presença sistemática de infecções. Altas
doses podem inibir absorção de cobre e diminuir os níveis de lipoproteínas de
alta densidade.
Cobre:
efeitos ainda não estudados e não relacionados com atividade esportiva.
Selênio:
age em conjunto com vitamina E, como anti-oxidante reduzindo a peroxidação
lipídica.
Cromo:
é mobilizado para melhorar o consumo de glicose pelas células musculares, o
incremento pode ser útil para repor os estoques, o que também é favorecido pelo
treino tornando o organismo mais eficiente no processo.
Ferro:
depleção por conta de sangramento intestinal ou hemólise pelo trauma de
calcâneo, além de dieta pobre em absorção do mineral. Seu excesso pode inibir
absorção de zinco podendo aumentar o risco de câncer, acidente vascular e
enfermidades coronarianas. Suplementos somente prescritos quando a dieta não
corrigir, sendo necessários exames laboratoriais antes de indicar a reposição.
A dieta
inadequada do ponto de vista metabólico e funcional é a principal razão para as
deficiências de minerais encontrados em atletas, embora, em alguns casos, o
exercício físico pode contribuir com essa relação.
Utilizam-se
os suplementos minerais não somente para melhora de desempenho esportivo, mas
de forma a minimizar os efeitos nocivos do treinamento no organismo como
produção acima da média de radicais livres, desta forma promovendo a saúde do
atleta de forma imediata e tardia.
Atletas que
conhecem as práticas adequadas e racionais as seguem, entretanto existe a
necessidade de um monitoramento das valências laboratoriais sempre relacionadas
a modalidade esportiva e o consumo diário em função das etapas no plano de
treinamento individual.
A MEDICINA do EXERCÍCIO ACONSELHA:
Doses em excesso de minerais não melhoram o desempenho e ainda podem interagir
com a função e absorção de outros micronutrientes.
Dr. Bruno Tamegão Noronha
Medicina do Esporte e Fisiologia do Exercício
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