Pacientes
oncológicos que são submetidos a tratamentos de radioterapia e quimioterapia
estão mais susceptíveis às ações danosas de agentes oxidantes denominados de
radicais livres (RL). Ocorre este fato devido ao desequilíbrio em todo o
sistema orgânico, podendo haver danos no DNA de células de tecidos sadios.
Considerando
serem os antioxidantes importantes para prevenir, ou até mesmo reduzir, a ação
maléfica dos radicais livres sobre macromoléculas essenciais (proteínas,
lipídeos e ácido nucléico), alterando a função celular, faz-se necessária a
administração destes agentes, seja na forma de suplementos farmacológicos ou
mesmo na dieta equilibrada.
Radicais
Livres (RL) são moléculas que apresentam elétrons livres em sua órbita externa,
tornando-os substanciais altamente instáveis, o que as fazem procurar
estabilidade à custa de outros elementos estáveis e importantes ao
funcionamento orgânico, terminando por desestruturá-las de forma vital. Em
condições orgânicas normais, a ação dos RL é compensada pelos agentes
antioxidantes de primeira linha, que são as enzimas (superóxido desmutase,
catalase e glutationa peroxidase).
Alvos
preferidos dos RL são os ácidos graxos insaturados, encontrados na dupla camada
de lipídeos das membranas celulares, levando a alteração desta membrana caracterizando
a peroxidação lipídica, que leva a formação de placas ateroscleróticas em
veias, capilares e artérias importantes na circulação sanguínea.
Imediatamente começam a atacar a
cadeia de fosfolipídios vizinhos, continuadamente até se instalar um quadro
deletério, pois provoca alteração na capacidade seletiva das membranas
celulares, favorecendo a entrada e saída indiscriminada de metabólitos e
detritos da célula, levando a ruptura seguida de lise (quebra) celular ou mesmo
uma hipotrofia (atrofiamento da célula).
Podem ocorrer
ainda alterações mutacionais de DNA e RNA, favorecendo doenças degenerativas
crônicas; oxidação de lipoproteínas de baixa densidade (LDL), favorecendo
processo de aterosclerose; ruptura de membranas celulares, motivando bombas
iônicas; formação de resíduos químicos que agem como precursor de dois
lipopigmentos (lipofucsina e material coróide) ambos relacionados ao processo
de envelhecimento celular.
Os radicais
livres são produzidos intensamente em pacientes com câncer, onde os níveis de
antioxidantes enzimáticos estão substancialmente baixos, levando à formação de
uma camada de fibrina, de aspecto gelatinoso e que protege a célula cancerosa,
daí estas serem tão resistentes à ação terapêutica.
Este
fenômeno que determina o crescimento dos tumores está fortemente comprometido
com a presença de RL e ao fato das células cancerosas apresentarem níveis
menores de oxidação, devido ao fato de possuírem menos ácidos graxos é maior
quantidade de proteção interna, evitando o seu combate por agentes quimioterápicos.
Para
impedir que um RL de oxigênio atinja uma situação de desequilíbrio iônico antes
que gere algum efeito indesejável, é fundamental que a ele seja fornecido um
elétron para se ligar e desta forma estabilizar-se. O elemento ou a substância
que irá fornecer este elétron chama-se antioxidante.
Considerações
epidemiológicas mostram que dietas ricas em vitaminas A, E, C, beta-caroteno, flavonas,
licopeno, bioflavonóides, entre outros macro e micro nutrientes, reduzem a
produção de oxidantes endógenos nos tecidos, mantém a integridade dos tecidos,
combatem o stress oxidativo, evidenciando um efeito positivo no combate ao
câncer e ao processo de envelhecimento biológico.
Não apenas
os pacientes oncológicos podem estar sujeitos a um desequilíbrio em relação ao
teor de RL no organismo, mas também aqueles pacientes que estão diariamente
expostos a agentes cancerígenos; tais como fumo, medicamentos, stress
metabólico, agentes químicos, podendo ocorrer desta feita uma desorganização
oxidativa-orgânica.
Alimentos
funcionais e terapia suplementar farmacológica têm a finalidade de prevenir e
até mesmo reduzir a ação das Espécies Reativas de Oxigênio (EROS), evitando
danos que podem ser inevitáveis ao organismo humano.
A MEDICINA do EXERCÍCIO ACONSELHA:
Estabilizar as reações bioquímicas através da
alimentação saudável e atividade física regular.
Dr. Bruno Tamegão Lopes de Noronha
(Medicina do Esporte e Fisiologia do
Exercício)
Nenhum comentário:
Postar um comentário