quinta-feira, 3 de julho de 2014

ANTIOXIDANTES NA DIETA DE PACIENTES ONCOLÓGICOS











            Pacientes oncológicos que são submetidos a tratamentos de radioterapia e quimioterapia estão mais susceptíveis às ações danosas de agentes oxidantes denominados de radicais livres (RL). Ocorre este fato devido ao desequilíbrio em todo o sistema orgânico, podendo haver danos no DNA de células de tecidos sadios.



            Considerando serem os antioxidantes importantes para prevenir, ou até mesmo reduzir, a ação maléfica dos radicais livres sobre macromoléculas essenciais (proteínas, lipídeos e ácido nucléico), alterando a função celular, faz-se necessária a administração destes agentes, seja na forma de suplementos farmacológicos ou mesmo na dieta equilibrada.



            Radicais Livres (RL) são moléculas que apresentam elétrons livres em sua órbita externa, tornando-os substanciais altamente instáveis, o que as fazem procurar estabilidade à custa de outros elementos estáveis e importantes ao funcionamento orgânico, terminando por desestruturá-las de forma vital. Em condições orgânicas normais, a ação dos RL é compensada pelos agentes antioxidantes de primeira linha, que são as enzimas (superóxido desmutase, catalase e glutationa peroxidase).



            Alvos preferidos dos RL são os ácidos graxos insaturados, encontrados na dupla camada de lipídeos das membranas celulares, levando a alteração desta membrana caracterizando a peroxidação lipídica, que leva a formação de placas ateroscleróticas em veias, capilares e artérias importantes na circulação sanguínea.



Imediatamente começam a atacar a cadeia de fosfolipídios vizinhos, continuadamente até se instalar um quadro deletério, pois provoca alteração na capacidade seletiva das membranas celulares, favorecendo a entrada e saída indiscriminada de metabólitos e detritos da célula, levando a ruptura seguida de lise (quebra) celular ou mesmo uma hipotrofia (atrofiamento da célula).



            Podem ocorrer ainda alterações mutacionais de DNA e RNA, favorecendo doenças degenerativas crônicas; oxidação de lipoproteínas de baixa densidade (LDL), favorecendo processo de aterosclerose; ruptura de membranas celulares, motivando bombas iônicas; formação de resíduos químicos que agem como precursor de dois lipopigmentos (lipofucsina e material coróide) ambos relacionados ao processo de envelhecimento celular.



            Os radicais livres são produzidos intensamente em pacientes com câncer, onde os níveis de antioxidantes enzimáticos estão substancialmente baixos, levando à formação de uma camada de fibrina, de aspecto gelatinoso e que protege a célula cancerosa, daí estas serem tão resistentes à ação terapêutica.



            Este fenômeno que determina o crescimento dos tumores está fortemente comprometido com a presença de RL e ao fato das células cancerosas apresentarem níveis menores de oxidação, devido ao fato de possuírem menos ácidos graxos é maior quantidade de proteção interna, evitando o seu combate por agentes quimioterápicos.



            Para impedir que um RL de oxigênio atinja uma situação de desequilíbrio iônico antes que gere algum efeito indesejável, é fundamental que a ele seja fornecido um elétron para se ligar e desta forma estabilizar-se. O elemento ou a substância que irá fornecer este elétron chama-se antioxidante.



            Considerações epidemiológicas mostram que dietas ricas em vitaminas A, E, C, beta-caroteno, flavonas, licopeno, bioflavonóides, entre outros macro e micro nutrientes, reduzem a produção de oxidantes endógenos nos tecidos, mantém a integridade dos tecidos, combatem o stress oxidativo, evidenciando um efeito positivo no combate ao câncer e ao processo de envelhecimento biológico.



            Não apenas os pacientes oncológicos podem estar sujeitos a um desequilíbrio em relação ao teor de RL no organismo, mas também aqueles pacientes que estão diariamente expostos a agentes cancerígenos; tais como fumo, medicamentos, stress metabólico, agentes químicos, podendo ocorrer desta feita uma desorganização oxidativa-orgânica.



            Alimentos funcionais e terapia suplementar farmacológica têm a finalidade de prevenir e até mesmo reduzir a ação das Espécies Reativas de Oxigênio (EROS), evitando danos que podem ser inevitáveis ao organismo humano.
           





A MEDICINA do EXERCÍCIO ACONSELHA:

Estabilizar as reações bioquímicas através da alimentação saudável e atividade física regular.





 Dr. Bruno Tamegão Lopes de Noronha  


(Medicina do Esporte e Fisiologia do Exercício)

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