Japoneses,
ingleses, indianos e chineses que não passam um dia sequer sem tomar ao menos
uma xícara de chá fazem desta bebida milenar, a segunda em consumo na face da
Terra, atrás apenas da água.
No Brasil,
o país do cafezinho, cada pessoa consome apenas cinco xícaras por ano, menos do
que um inglês em uma semana. Talvez porque culturalmente se associe o chá a um
amargo remédio caseiro.
O que
poucos sabem é que preparados a base de jasmim, rosas ou ervas aromáticas ele
tem sabor delicado e bastante agradável. Funciona para regular a temperatura
corporal, relaxa, libera toxinas, e favorece a digestão.
Pode ser
tomado quente ou gelado auxiliando também na hidratação corporal, bem como ser
aplicado na pele de forma regenerativa, esfoliativa, adstringente e cosmético.
Enxaguar os cabelos com chá de camomila clareia os fios, com o de sálvia,
escurece e dá brilho. Lavar o rosto com o de salsinha e menta ajuda a fechar os
poros da pele. Misturados a água do banho, o de alecrim ou erva doce apresenta
efeito relaxante.
Apesar de
naturais há de se ter cuidados com as ervas usadas nos chás, pois não são
inócuas, um mesmo tipo pode ter ação terapêutica quanto tóxica, tudo
relacionado a dose, freqüência de uso.
Os
industrializados encontrados em caixinhas nas prateleiras de supermercados são
confiáveis, mas sempre que tiver a oportunidade use a erva ou planta fresca,
pois fica bem mais saboroso e eficiente.
Aprenda a
consumir os chás sem açúcar ou adoçante, pois assim poderá desfrutar do
verdadeiro sabor aromático e exótico de cada substância.
Pacientes
em tratamento médico devem sempre consultar sua equipe para não cometer
equívocos de usar chás que não irão contribuir com as medicações usadas.
Hipertensos tenham cuidados com
chá preto e mate, pela presença de cafeína. Alguns chás são diuréticos
(aumentam a quantidade de urina) e podem alterar significativamente o
funcionamento orgânico saudável e de qualidade. Existem chás que desempenham
funções excitatórias e inibitórias em
diferentes indivíduos, para tanto deve se manter sempre o bom senso para o
consumo.
Em países com altitude muito
determinante, onde a rarefação do ar provoca efeitos nocivos e indesejáveis na
fisiologia corporal, os povos fazem uso já comumente de chá de coca ou outra
planta, de efeitos até certo ponto alucinógenos, para atenuar este mal estar
provocado pela redução de oxigênio disponível no ar.
Algumas culturas religiosas
também fazem uso de ervas, na forma de chás, no propósito de alcançar um estado
de espírito mais próximo de seus deuses e desencadear um processo de meditação
associando cantos, danças e rezas.
De acordo com a sabedoria
popular, o chá feito com ervas medicinais pode curar de dor de cabeça até
úlcera. Pode ser usado no tratamento da obesidade ou ainda desintoxicar e dar
mais energia. Em seguida teremos algumas dicas para você praparar seu chá:
Calmante:
melissa, capim-cidreira, alfazema, passiflora (flor de maracujá), sálvia ou
camomila.
Diurético:
carqueja, chapéu-de-couro, artemísia, quebra-pedra ou cavalinha, bem como uma
bebida indígena onde se ferve a casca do abacaxi.
Digestivo:
boldo, carqueja, hortelã, camomila ou erva doce.
Gripe
e resfriado: sabugueiro, gengibre, menta, sálvia, poejo, hortelã guaco ou
agrião.
Desintoxicante:
carqueja, caoba, chapéu-de-couro, cavalinha, quebra-pedra, boldo, camomila,
hortelã e erva doce.
Energético:
sálvia, catuaba, alecrim, canela, manjericão ou ginseng.
Existem várias formas de deixar
seu chá com sabor mais incrementado, podendo misturar dois tipos de ervas, além
de acrescentar frutas e condimentos culinários, dando asas a imaginação e
realizando verdadeira alquimia aromática.
A MEDICINA do EXERCÍCIO ADVERTE: Chás e infusões
são aliados para o tratamento médico, sendo bom para (quase) tudo.
Dr. Bruno Noronha (Medicina
do Esporte e Fisiologia do Exercício)