quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

DESEMPENHO FÍSICO E MACRONUTRIENTES








            Durante o exercício físico o gasto energético aumenta em mais de 150 % e, por esse motivo a distribuição de macronutrientes na alimentação de indivíduos fisicamente ativos varia em proporções diferentes de sedentários e atletas de alto rendimento. Havendo necessidade de disponibilidade de 60 a 70% de carbohidratos, 20 a 30% de gorduras e 10 a 15% de proteínas.



            A utilização destes compostos orgânicos será afetada por alguns fatores, vistos a seguir:



                        1- Intensidade e duração do exercício: quanto maior a duração, aumenta a demanda de glicogênio muscular, assim como a disponibilidade plasmática de ácidos graxos livres.


                        2- Nível de treinamento: a medida que o atleta evolui nos treinos, aumenta a utilização aeróbica dos carbohidratos e a oxidação das gorduras, levando a diminuição do estímulo glicolítico durante o exercício.


                        3- Alimentação: quanto mais rica a dieta em carbohidratos de absorção adequada as etapas de treinamento, conseguimos reduzir a oxidação destes açúcares, bem como a utilização de glicogênio, desta forma aumentando o tempo de exaustão.


                        4- Ambiente: no calor ocorre aumento da utilização de glicogênio muscular.


                        5- Sexo e Idade: diminuição na tolerância à glicose e sensibilidade insulínica e com menores níveis de glicogênio muscular associados ao envelhecimento. Em mulheres parece haver maior oxidação de gorduras.




            As necessidades diárias de carbohidratos em atletas é de 4,5 a 6 g/kg/dia, em treinamento intenso é 9 a 10 g/kg/dia, no pós-exercício é de 0,7 a 1,5 g/kg/dia(nos primeiros 30 minutos) e 9 a 10 g/kg/dia (nas primeiras 24 horas).



O glicogênio começa a ser depletado após 2 a 3 horas de exercício físico contínuo, realizado em intensidade de 60 a 80% do consumo máximo de oxigênio ou em 15 minutos em exercício de alta intensidade (90 a 130% do VO2 maximo).



Este glicogênio é resintetizado a uma taxa de 5% hora, sendo necessárias 20 horas pra recuperar os estoques; dependendo ainda de vários fatores: taxa de ingestão de carbohidratos (50 gramas ingeridas a cada hora), tipo de crbohidratos (alto e moderado índice glicêmico, com pouca diferença entre sólidos e líquidos), tempo de ingestão (logo nas 2 primeiras horas após usa-se líquidos, devido a facilidade de deglutição e gelatinas, devido a aparente maior absorção, iniciando com mais de 50 gramas e reduzindo até esse valor até as 24 horas completas).



Nas primeiras seis horas após o exercício físico finalizado, devem ser evitadas refeições com menos de 70% de carbohidratos e alto conteúdo de proteínas e gorduras.



            Antes de competições para aumentar as reservas de glicogênio começa 07 dias antes do evento esportivo, 03 dias antes da prova, reduzimos o treinamento para intensidade baixa e moderada com dieta de 500 a 600g/ dia, isto aumenta em 20 a 40% os estoques de glicogênio muscular.



            No dia da competição a refeição deverá ser dentro de padrão com 200 a 300 gramas de carbohidratos de alto e moderado índice glicêmico ingerido 3 a 4 horas antes do exercício físico prologado.



            Durante o exercício estimula-se o uso de maltodextrina pois não tem o sabor muito doce e apresenta osmolaridade abaixo da glicose, auxiliando na absorção. Nos eventos com mais de 2 horas inicia-se a ingestão em torno da primeira hora de competição para retardar a fadiga e evitando a depleção energética.



            Evidências indicam que as necessidades de proteínas em atletas de força-velocidade são de 1,2 a 1,7 g/kg/dia em atletas de endurance fica em torno de 1,2 a 1,4 g/kg/dia e em atletas de força (com treinamento pesado) passa a ser de 2 g/kg/dia.



            As gorduras são as segundas fontes de energia no processo fisiológico e como adaptações ao treinamento físico, a disponibilidade lipolítica se torna mais sensível aos estímulos, tornando mais eficiente a liberação de substrato lipídico para o processo oxidativo no músculo.



            O uso de suplementação farmacológica depende do estado crítico em que se encontra o atleta; a diminuição da absorção gastrintestinal; aumento da excreção no suor, urina e fezes; aumento no turnover; adaptação bioquímica ao exercício físico agudo e inadequada ingestão de alimentar em longo prazo.




A MEDICINA do EXERCÍCIO ACONSELHA: Alimentação balanceada, repouso adequado, suplementos farmacológicos e orientação especializada fazem à diferença no desempenho atlético.




Dr. Bruno Noronha (Medicina do Esporte e Fisiologia do Exercício)


           



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