quarta-feira, 16 de julho de 2014

SUPLEMENTOS MINERAIS E EXERCÍCIO FÍSICO











            Os minerais têm sido sugeridos como forma de melhorar o desempenho em duas condições: nos atletas com déficit de alguma dessas substâncias e nos casos onde o incremento do mineral pode melhorar o rendimento na atividade.


            Determinados grupos de atletas tem-se mostrado deficientes em certos minerais, especialmente cálcio, zinco e ferro, embora os níveis sanguíneos e a excreção urinária destes minerais possam ser afetados pela realização de treino com carga e o desgaste deve ser considerado nas análises.


            Trataremos de alguns casos em geral, lembrando que a análise para qualquer programa de condicionamento físico e treinamento esportivo deve ser específica e individualizada:


                        Cálcio: pode ajudar na recuperação anabólica e prevenir o aumento do volume plasmático após a ingestão de líquidos no calor, além de sua determinante contribuição na saúde óssea, fraturas de stress são freqüentes em atletas com baixa densidade óssea, irregularidades menstruais e/ou baixa ingestão de cálcio.


                        Magnésio: é co-fator de reações metabólicas e mantém a excitabilidade do músculo e do nervo, baixos níveis são relacionados com câimbras. Alguns estudos demonstram uma relação com capacidade aeróbica em atletas e não-atletas.


                        Fósforo: estudos ainda não bem elaborados sugerem que pode retardar a fadiga, demonstrando ligeiro aumento no consumo máximo de oxigênio.


                        Zinco: papel fisiológico como anti-oxidante e como co-fator de muitas enzimas, em especial a lactato-desidrogenase, anidrase carbônica e superóxido dismutase, estando seu déficit relacionado a presença sistemática de infecções. Altas doses podem inibir absorção de cobre e diminuir os níveis de lipoproteínas de alta densidade.


                        Cobre: efeitos ainda não estudados e não relacionados com atividade esportiva.


                        Selênio: age em conjunto com vitamina E, como anti-oxidante reduzindo a peroxidação lipídica.

                        Cromo: é mobilizado para melhorar o consumo de glicose pelas células musculares, o incremento pode ser útil para repor os estoques, o que também é favorecido pelo treino tornando o organismo mais eficiente no processo.


                        Ferro: depleção por conta de sangramento intestinal ou hemólise pelo trauma de calcâneo, além de dieta pobre em absorção do mineral. Seu excesso pode inibir absorção de zinco podendo aumentar o risco de câncer, acidente vascular e enfermidades coronarianas. Suplementos somente prescritos quando a dieta não corrigir, sendo necessários exames laboratoriais antes de indicar a reposição.


            A dieta inadequada do ponto de vista metabólico e funcional é a principal razão para as deficiências de minerais encontrados em atletas, embora, em alguns casos, o exercício físico pode contribuir com essa relação.


            Utilizam-se os suplementos minerais não somente para melhora de desempenho esportivo, mas de forma a minimizar os efeitos nocivos do treinamento no organismo como produção acima da média de radicais livres, desta forma promovendo a saúde do atleta de forma imediata e tardia.


            Atletas que conhecem as práticas adequadas e racionais as seguem, entretanto existe a necessidade de um monitoramento das valências laboratoriais sempre relacionadas a modalidade esportiva e o consumo diário em função das etapas no plano de treinamento individual.

                                   


A MEDICINA do EXERCÍCIO ACONSELHA: Doses em excesso de minerais não melhoram o desempenho e ainda podem interagir com a função e absorção de outros micronutrientes.





 Dr. Bruno Tamegão Noronha


 Medicina do Esporte e Fisiologia do Exercício

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